domingo, 28 de novembro de 2010

Não Queremos ter o que não temos. Nós só Queremos Viver em Paz!




Assim, o eu-lírico é um militante socialista, ou um idealista – como quiser, alguém que pensa em mudar a sociedade.
A garota – com quem ele dialoga – é a ideologia, ou a teoria, também prática, ou a vontade dela (da prática). Ironicamente posso dizer que é a sua amiga imaginária. Assim como o Chico Xavier tinha o Emanuel, o militante aí tinha a tal da garota.
A Estrada é o Socialismo (como Utopia), é o que ele sonha, é o que ele busca. É a estrada. O caminho. Sacou? Capiche?
E no início ele começa a dizer que a garota - que vocês já sabem quem é – faz ele correr riscos, tudo por causa de uma vontade de mudar o mundo. O que às vezes parece que nunca se vai alcançar. É, o horizonte nós conseguimos ver, somente isso. E a Highway é infinita. A Luta não para!
Ele se indaga sobre se vai conseguir alguma coisa para tantos, mas se são poucos que lutam. Que contradição, somos milhões mas estamos sozinhos. E não sabemos nem dizer como será esse futuro, só que ele é melhor e mais igualitário. Mas como será o nosso socialismo?
O cara ainda alerta: Não queremos vida de burgueses, não! Queremos tão somente a igualdade de direitos, de oportunidades, de acesso e de vontades (lembrei da vista pro mar em Salvador). “Só queremos viver!”
Vamos refletir, não somos dos mais necessitados, vivemos. Sobrevivemos no sistema. É, “pobre não vive, pobre sobrevive”. Morremos nesse sistema. Somos escravos dele. Mas estamos bem, talvez por isso estejamos sós. Temos tudo, mas nos falta... O prazer? Ou a igualdade?
De que vale eu estar bem e o resto do mundo fudidos? Eu tô bem? Também sou parte desse sistema. Aprendo gráficos e tabelas da desigualdade. Que não servem pra nada. Eu já sei disso. Como se muda? Com a política? É?
Essa de só obedecer a Lei tal e tal, é mais anarquista... Mais o que são os anarquistas senão verdadeiros socialistas? Já disse o Plínio. Pois, o anarquismo só é possível com a consciência coletiva de todos, individualmente e em grupos. E o Socialismo não? Não precisa que todos concordem? E a burguesia vai concordar quando? E o proletariado que a burguesia manipula vai concordar totalmente 100% quando? Não disse nunca, mas.... Daí que vem “Será a estrada uma prisão?” (Sabe quem é a estrada né? O Socialismo. A Highway, esqueceu?). Será que é ditadura? Será que é pior? A mídia ta aí pra dizer. O problema do anarquismo é que fala contra o Estado Operário. O mesmo que a burguesia faz.  Maniqueísa nossas estratégias de transição.
Aqui, me limito apenas a transcrever, é suficiente:

Mas nem por isso ficaremos parados
Com a cabeça nas nuvens e os pés no chão
“Tudo bem, garota, não adianta mesmo ser livre”
Se tanta gente vive sem ter como comer...

Nestas duas últimas frases, o anarquista, aceita o Estado operário como uma necessidade de transição e de igualdade. Concorda com a Ideologia: “Tudo bem, garota”. Viva a Revolução!!
No final usa-se expressões como Horizonte Trêmulo, caracterizando de que não há certeza de como será essa sociedade melhor, e por isso os olhos úmidos. Indagações e questionamentos para saber se o caminho está certo, e por isso os olhos úmidos. Fazem-se referências a regras, leis e imposições. Cita-se a América Central. Viva Cuba!
E no final uma mensagem direta. Para se ter uma revolução, é necessário que não caiamos na abstração, pois senão, a sociedade – a qual sem ela não se constrói um mundo melhor – nos tachará de bitolados, e não nos acreditará.

Saudações a quem tem Coragem!!!

Nairo Bentes

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Adoramos ficar "amigos" do garçom...

Hoje eu fui no Alternativa pros íntimos, Alterna hoje o chamo de Destroços. É, Destroços do alterna. Do lado do IFPA. É, do CEFET. Eu ainda chamo assim, de Alterna, porque vem um sentimento de tristeza motivado por profunda saudade. É, o nome é nostalgia. Não que seja tristeza mesmo. Por que lá, só coisas engraçadas e diálogos proveitosos ocorreram. Talvez a tristeza mínima seja porque passou. Aí, ao chegar em casa, viajando de blog em blog na internet, encontrei um texto que, muito bem feito, me fez lembrar de alguns amigos. E de alguns bares. E é legal de ler pra todos nós... "meio intelectuais e meio de esquerda".

Não que os outros não mereçam mas, neste texto, lembrei específicamente de Ribamar, Felipe e Rafaela.

Saudações, e até o próximo boteco!!! Um abraço!!

Nairo Bentes

Bar ruim é lindo, bicho.

Por Antonio Prata

Eu sou meio intelectual, meio de esquerda, por isso freqüento bares meio ruins. Não sei se você sabe, mas nós, meio intelectuais, meio de esquerda, nos julgamos a vanguarda do proletariado, há mais de 150 anos. (Deve ter alguma coisa de errado com uma vanguarda de mais de 150 anos, mas tudo bem). No bar ruim que ando freqüentando nas últimas semanas o proletariado é o Betão, garçom, que cumprimento com um tapinha nas costas acreditando resolver aí 500 anos de história. Nós, meio intelectuais, meio de esquerda, adoramos ficar "amigos" do garçom, com quem falamos sobre futebol enquanto nossos amigos não chegam para falarmos de literatura. "Ô Betão, traz mais uma pra gente", eu digo, com os cotovelos apoiados na mesa bamba de lata, e me sinto parte do Brasil. Nós, meio intelectuais, meio de esquerda, adoramos fazer parte do Brasil, por isso vamos a bares ruins,que tem mais a cara do Brasil que os bares bons, onde se serve petit gateau e não tem frango à passarinho ou carne de sol com macaxeira que são os pratos tradicionais de nossa cozinha. Se bem que nós, meio intelectuais, quando convidamos uma moça para sair pela primeira vez, atacamos mais de petit gateau do que de frango à passarinho, porque a gente gosta do Brasil e tal, mas na hora do vamos ver uma europazinha bem que ajuda. A gente gosta do Brasil, mas muito bem diagramado. Não é qualquer Brasil. Assim como não é qualquer bar ruim. Tem que ser um bar ruim autêntico, um boteco, com mesa de lata, copo americano e, se tiver porção de carne de sol, a gente bate uma punheta ali mesmo. Quando um de nós, meio intelectuais, meio de esquerda, descobre um novo bar ruim que nenhum outro meio intelectual, meio de esquerda freqüenta, não nos contemos: ligamos pra turma inteira de meio intelectuais, meio de esquerda e decretamos que aquele lá é o nosso novo bar ruim. Porque a gente acha que o bar ruim é autêntico e o bar bom não é, como eu já disse. O problema é que aos poucos o bar ruim vai se tornando cult, vai sendo freqüentado por vários meio intelectuais, meio de esquerda e universitárias mais ou menos gostosas. Até que uma hora sai na Vejinha como ponto freqüentado por artistas, cineastas e universitários e nesse ponto a gente já se sente incomodado e quando chega no bar ruim e tá cheio de gente que não é nem meio intelectual, nem meio de esquerda e foi lá para ver se tem mesmo artistas, cineastas e universitários, a gente diz: eu gostava disso aqui antes, quando só vinha a minha turma de meio intelectuais, meio de esquerda, as universitárias mais ou menos gostosas e uns velhos bêbados que jogavam dominó. Porque nós, meio intelectuais, meio de esquerda, adoramos dizer que freqüentávamos o bar antes de ele ficar famoso, íamos a tal praia antes de ela encher de gente, ouvíamos a banda antes de tocar na MTV. Nós gostamos dos pobres que estavam na praia antes, uns pobres que sabem subir em coqueiro e usam sandália de couro, isso a gente acha lindo, mas a gente detesta os pobres que chegam depois, de Chevete e chinelo Rider. Esse pobre não, a gente gosta do pobre autêntico, do Brasil autêntico. E a gente abomina a Vejinha, abomina mesmo, acima de tudo. Os donos dos bares ruins que a gente freqüenta se dividem em dois tipos: os que entendem a gente e os que não entendem. Os que entendem percebem qual é a nossa, mantém o bar autenticamente ruim, chamam uns primos do cunhado para tocar samba de roda toda sexta-feira, introduzem bolinho de bacalhau no cardápio e aumentam em 50% o preço de tudo. Eles sacam que nós, meio intelectuais, meio de esquerda, somos meio bem de vida e nos dispomos a pagar caro por aquilo que tem cara de barato. Os donos que não entendem qual é a nossa, diante da invasão, trocam as mesas de lata por umas de fórmica imitando mármore, azulejam a parede e põem um som estéreo tocando reggae. Aí eles se fodem, porque a gente odeia isso, a gente gosta, como já disse algumas vezes, é daquela coisa autêntica, tão brasileira, tão raiz. Não pense que é fácil ser meio intelectual, meio de esquerda, no Brasil! Ainda mais porque a cada dia está mais difícil encontrar bares ruins do jeito que a gente gosta, os pobres estão todos de chinelo Rider e a Vejinha sempre alerta, pronta para encher nossos bares ruins de gente jovem e bonita e a difundir o petit gateau pelos quatro cantos do globo. Para desespero dos meio intelectuais, meio de esquerda, como eu que, por questões ideológicas, preferem frango a passarinho e carne de sol com macaxeira (que é a mesma coisa que mandioca mas é como se diz lá no nordeste e nós, meio intelectuais, meio de esquerda, achamos que o nordeste é muito mais autêntico que o sudeste e preferimos esse termo, macaxeira, que é mais assim Câmara Cascudo, saca?). - Ô Betão, vê um cachaça aqui pra mim. De Salinas quais que tem?

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Uma consideração, um conselho e uma descontração...

Estou sem tempo para postar. Obrigado pelas visitas e comentários recebidos no blog. Aconselho a todos, antes de publicar seus comentários, que dêem um Ctrl+c no texto que vocês tiverem escrito, pois se houver erro em conexões seus comentários podem ser perdidos, como já aconteceu com alguns amigos. E escrever tudo de novo é ralado, ninguém escreve!

Lembro a todos que os comentários deste blog não são moderados, estão abertos para quaisquer ideias e opiniões.

Um abraço!!!

Nairo Bentes

Abaixo um vídeo pra descontrair!!!