quarta-feira, 27 de maio de 2020




Segundo o dicionário Houaiss, GENOCIDA é “quem pratica ou ordena um crime contra a humanidade, que consiste no extermínio de uma comunidade, grupo étnico, racial ou religioso” (p.472).
Esse adjetivo cabe à Bolsonaro? Ah! Antes de responder este questionamento, vou explicar minha forma de me referir a esse presidente, será “o inominável” por vezes, “o presidente”, tristemente, e o “Bolsonaro” em algumas referências.
Bolsonaro é genocida quando estimula às pessoas a não respeitarem o isolamento social inúmeras vezes, desde o início da pandemia. E mais genocida ainda, quando na contramão das orientações da OMS, ordena o uso de um medicamento que não tem efeito de melhora no tratamento da doença, e ainda aumenta o risco de morte.
Porém, o presidente não se incomoda com esse adjetivo, nem seus apoiadores, pois no discurso deles, genocídio seria “metralhar a petralhada” com uma arma não invisível.
Vejo inúmeras pessoas na capital paraense, se vangloriar de que o Pará, não deu vitória ao inominável. Ora, ora, ora! Tu estás na capital, mano! Olha na figura 1, e vê quem foi o mais votado na Belém. Belém é conservadora, vide o prefeito que elegeu e reelegeu em 2016. Belém nunca foi em sua maioria: “ELE NÃO”.

Já que chegamos ao Pará, que elegeu Hélder simplesmente porque estava cansado do projeto do PSDB, que vem definhando nacionalmente, vamos focar aqui.
Muitos bateram palma quando Hélder, no início do combate ao Corona Vírus no Brasil, peitou Bolsonaro em alguns momentos. Realmente foi bonito, aquele que sempre sonhou em ser governador do Pará e seguir os passos do Pai, enfrentar o inominável usando o jargão “meu Pará”. Decretou lockdown, disse que nenhuma barbearia ou salão de beleza ia funcionar; comprou 152 respiradores pra reforçar na luta contra a doença. Ganhou visibilidade nacional. E começou a ser cutucado por Bolsonaro, Zambelli e companhia.

De repente, é anunciado que o pico da doença em Belém, e no Pará, foi por volta do dia 20 de abril, que as atividades de comércio iam voltar aos poucos. Na figura 2, abaixo, que construí utilizando dados disponíveis nos meios de comunicação oficiais no Governo do Pará e do Município de Belém, observamos que em Belém, no final do mês de abril, não haviam nem 100 óbitos, e hoje já temos mais de 1000.


Observe que, a ascensão do número de mortos na capital paraense se dá a partir de 09 de maio, e ainda não apresenta redução no ritmo de crescimento. Então, queridos e queridas, o que faz as autoridades afirmarem que o pico da doença se deu em abril, e começar afrouxar o isolamento social no Estado do Pará?
Então, vocês podem me questionar, “a população que não tem consciência! Que está indo pra rua!”.
Ora, se assim for, Bolsonaro não seria Genocida pelo simples fato de incentivar as pessoas à irem pra rua. Quem se omite de combater a COVID com isolamento, se igual ao seu líder inominável. Quem mobiliza e orienta a gestão de saúde e ambiental de uma comunidade são seus governantes.
Paralelo a isso, o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, começa a sofrer investigações mais duras da PF de Bolsonaro, tendo seu celular apreendido. E, aquele mesmo que quebrou a placa de Marielle Franco, e elegeu Bolsonaro sendo fascista igual a ele, acusa Bolsonaro agora  e diz que vai combater o fascismo no Brasil. Olhe a figura 3.


Paralelo a isso, Hélder lança projeto de lei para atacar servidores públicos. Apostando em fazer demissões relâmpagos. Suspende o Lockdown no Pará, com as mortes por COVID aumentando exponencialmente. E anuncia em suas redes sociais que teve seu telefone clonado, trocando de número e aparelho. Estranho isso, hein!
Na figura 4, abaixo, observamos o número de mortes em Belém com dados não acumulados, o que facilita a interpretação e o olhar para perceber em qual período ocorreram mais mortes.



            Observa-se que a partir do dia 07 de maio, o número de mais de 60 mortes diárias na capital paraense é alcançado vários dias. Como a última estratégia de manipulação de dados da SESPA é afirmar que as notificações dos óbitos estão sendo comunicadas tardiamente pelos municípios ao Governo do Estado, o gráfico abaixo reúne os dados a cada 15 dias, pois o atraso das informações na capital paraense não ultrapassam de 3 a 5 dias, logo, um gráfico quinzenal tem a capacidade de demonstrar com maior solidez o intervalo de datas em que as mortes vem ocorrendo. Observe isso na figura 5.

            Observe que até 25 de abril, apontado pela SESPA como o pico da doença na capital, haviam um total de 84 mortes apenas, e que a maior quantidade de óbitos ocorreu na última quinzena, sendo um total de 746 mortes, correspondendo a 64% do total de mortes já ocorrida na capital. Como observamos na figura 6.


            Há de se destacar, que nesta última quinzena, de 11/05 à 27/05, foi o período em que a capital paraense esteve em lockdown, ou seja, a situação poderia estar bem pior, se neste período as coisas estivesses afrouxadas como estão hoje.
            É necessário voltar às severas restrições de movimentação social em Belém. Espera-se que a partir de 2021, Belém tenha prefeito, pois diante de todo esse cenário de caos, Zenaldo Coutinho não aparece nem para ser elogiado ou criticado.

Prof. Nairo Bentes