quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Respondendo comentário....

Respondendo a um comentário anônimo que uma leitora fez no post em que coloquei o último pronunciamento de Lula... Aí vai:

Também votei em Lula, duas vezes, nas eleições passadas. E votei em Dilma esse ano, na certeza de que é o melhor caminho pro Brasil avançar efetivamente no rumo de uma sociedade realmente igual.

Sou militante do Partido Comunista do Brasil, com muito orgulho. E meu compromisso é com a luta por uma sociedade igualitária, pacífica e socialista. Pela emancipação dos trabalhadores. Em que todos sejam livres de fato e não amarrados a um sistema que escraviza.

Não lhe acho alienada, fez boas escolhas e gostei do comentário. Obrigado pela visita. Ah! Nossa luta também é pela tomada de consciência do povo, pela nossa consciência de classe.

Saudações!!!

Nairo Bentes

Chegamos a 40 seguidores!!!

Obrigado a todos e todas, que lêem, acompanham e comentam neste espaço. No início deste ano tínhamos apenas entre 10 e 15 seguidores cadastrados no blog, hoje estamos fechando o ano com 40!!!

Claro que até amanhã ainda podem entrar mais seguidores xD Obrigado a todos e todas!!!!

Tenho certeza que o número de pessoas que acompanham o blog é muito maior que o número de seguidores cadastrados, digo isso porque comentam comigo pela rua, msn ou orkut. Ah! E agora no Twitter também!! Agradeço a todos!

Aqueles que não são seguidores mas acompanham o blog, cadastrem-se! É fácil, basta ter conta no twitter, google ou yahoo!!! Veja ao lado na parte "Sigam-me os bons!!!" Clique em "Seguir"!

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Um abraço!!!

Nairo Bentes

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Pra quem ainda não viu...

Último pronunciamento oficial do Presidente Lula.

Meio samba e amor...

Bom dia caros leitores e leitoras... São milhões... hehehe
Ontem, ao encontrar uma amiga na beira de um rio, numa das margens da linda Belém, nos cumprimentamos, há tempos não nos víamos, trocamos rápidas palavras e ao final ela me disse "Olha! Eu sempre leio teu blog viu! xD"

Satisfação!!!

Essa não é a última postagem do ano, mas desde já agradeço a todos que visitaram, comentando ou não, este blog. Esse ano foi o que teve mais postagens, 94 com esta, bastante superior aos outros anos - oito em 2007, desesseis em 2008, e onze em 2009 - aqui vocês leram bastante sobre política, educação mas também viram música e poesia, além de umas reflexões avulsas e cotidianas. Ainda faço, quiçá, uma retrospectiva desse ano.

Neste fim de ano os posts políticos estão mais raros... não é o espírito natalino hehehe
O ano foi politicamente denso, com greves, eleições, no trabalho, na UFPA, além do mestrado para tomar grande parte do meu tempo. Enfim, neste dezembro vocês percebem a fase meio samba e amor deste espaço... Porém, sempre na luta!!

Saudações!!! \o/

Nairo Bentes

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Natal.

Recebi um texto por email de minha amiga Rita Melém, o qual compartilho com vocês
Feliz Natal, pra quem comemora!

Por Frei Beto


REFLEXÕES SOCRÁTICAS:

Ao viajar pelo Oriente, mantive contatos com monges do Tibete, da Mongólia, do Japão e da China. Eram homens serenos, comedidos, recolhidos e em paz nos seus mantos cor de açafrão.
Outro dia, eu observava o movimento do aeroporto de São Paulo: a sala de espera cheia de executivos com telefones celulares, preocupados, ansiosos, geralmente comendo mais do que deviam.
Com certeza, já haviam tomado café da manhã em casa, mas como a companhia aérea oferecia um outro café, todos comiam vorazmente.

Aquilo me fez refletir: 'Qual dos dois modelos produz felicidade?'

Estamos construindo super-homens e super mulheres, totalmente equipados, mas emocionalmente infantilizados.
Uma progressista cidade do interior de São Paulo tinha, em 1960, seis livrarias e uma academia de ginástica; hoje, tem sessenta academias de ginástica e três livrarias!Não tenho nada contra malhar o corpo, mas me preocupo com a desproporção em relação à malhação do espírito.
Acho ótimo, vamos todos morrer esbeltos:
- "'Como estava o defunto?'. ' Olha, uma maravilha, não tinha uma celulite!'

A publicidade não consegue vender felicidade, então passa a ilusão de que felicidade é o resultado da soma de prazeres:
"'Se tomar este refrigerante, vestir este tênis, usar esta camisa, comprar este carro, adquirir este último modelo de celular, o último lançamento eletrônico, você chega lá!'


O grande desafio é começar a ver o quanto é bom ser livre de todo o condicionamento .

Há uma lógica religiosa no consumismo pós-moderno. Na Idade Média, as cidades adquiriam status construindo uma catedral; hoje, constrói-se um shopping-center.
É curioso: a maioria dos shoppings-centers tem linhas arquitetônicas de catedrais estilizadas; neles não se pode ir de qualquer maneira, é preciso vestir roupa de missa de domingo.
E ali dentro sente-se uma sensação paradisíaca: não há mendigos, crianças de rua, sujeira pelas calçadas...

Entra-se naqueles claustros ao som do gregoriano pós-moderno, aquela musiquinha de esperar dentista.
Observam-se os vários nichos, todas aquelas capelas com os veneráveis objetos de consumo, acolitados por belas sacerdotisas. Quem pode comprar à vista, sente-se no reino dos céus.
Deve-se passar cheque pré-datado, pagar a crédito, entrar no cheque especial, sente-se no purgatório
Mas se não pode comprar, certamente vai se sentir no inferno...
Felizmente, terminam todos na eucaristia pós-moderna, irmanados na mesma mesa, com o mesmo suco e o mesmo hambrguer do Mc Donald...
Costumo advertir os balconistas que me cercam à porta das lojas: 'Estou apenas fazendo um passeio socrático.
Diante de seus olhares espantados, explico:
- 'Sócrates, filósofo grego, também gostava de descansar a cabeça percorrendo o centro comercial de Atenas. Quando vendedores como vocês o assediavam, ele respondia:

"Estou apenas observando quanta coisa existe
de que não preciso para ser feliz !"

Mais Chico!

"Não me leve a mal...
Me leve à toa pela última vez...
Me leve apenas para andar por aí
na lagoa, no cemitério,
na areia...
No Mormaço!!!"
(Chico Buarque)

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

"Hoje o samba saiu, lala laiá..."

Se você sentir saudade
por favor!
não dê na vista!
bate palma com vontade
faz de conta que é turista...

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Tarde de domingo, 19.12. 2010, no mormaço...


Outro Olhar 
Às vezes não é preciso falar nada
Apenas ver
Observar...
Como a chuva e o sol de mãos dadas
Ou, através de um outro olhar
Perceber...
Que essa tempestade, que agora toma metade de mim,
não é capaz de atrapalhar minha outra metade
Forte e não-racional...
E tão feliz e popular quanto um pôr-do-sol.

(Nairo Bentes)

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

"A última ficha caiu"


Dias de muitas leituras estes. Li diversos artigos e ensaios sobre Ação Afirmativa e Ensino Superior, pra minha Dissertação é claro! Como uma gripe me elege desde domingo, hoje resolvi só pela parte da noite, mergulhar em outra literatura, pra variar um pouquinho. Olhei para a estante cheia de livros lidos, inteiros e pela metade, e de livros, ainda, não lidos também. Escolhi rapidamente um ao qual já tinha lido a metade em um ou dois dias. História de Canções: Chico Buarque, de Wagner Homem. O livro é muito bom, tão bom que quando você vai lendo, vai cantando as canções, e fica imaginando a cena nas leituras das situações.
Resolvi postar depois que li sobre uma parte de uma canção que sempre me instigava. Bye bye, Brasil (1979).  Por que diabos o Chico foi pegar uma doença justamente em Belém? Ainda bem que ele diz logo em seguida que “já tá tudo bem”.
Wagner Homem conta que a canção foi uma encomenda para o filme de mesmo nome dirigido por Cacá Diegues. Nas palavras do próprio Wagner, transcrevo:
O diretor Cacá Diegues encomendou a trilha sonora para Roberto Menescal e sugeriu que Chico fosse o letrista. A letra só ficou pronta no dia da gravação – e era tão comprida que o diretor cortou boa parte, além de fazer alguns pedidos aos quais o autor aquiesceu: colocou Maceió, cidade de Cacá Diegues, na letra, citando a rua do Sol, e fez com que  o personagem pegasse uma doença em outro local que não a capital de Alagoas
Aí sobrou pra Belém!
Um abraço!!
Nairo Bentes

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

O Brasil já teve boas bandas de Rock!!!

Entre elas Raimundos!!! 
Que cresci ouvindo graças a minha irmã!!
Essa música não é dos primórdios da Banda, mas coloco aqui pois tem a criticidade que cabe aos  tempos atuais....
Até mais!

Nairo Bentes

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

BLOG DOS CONCURSADOS: Reunião geral dos concursados

BLOG DOS CONCURSADOS: Reunião geral dos concursados: "A Associação dos Concursados do Pará, estará reunindo, no próximo dia 21 de dezembro, às 17 horas, todos os aprovados e ainda não nomeados nos concursos públicos realizados pela adminstração pública estadual, para tratar de ações para o mês de janeiro de 2011.
O evento será realizado, a princípio, no auditório do Sindicato dos Urbanitários do Pará, localizado à avenida Duque de Caxias, 1234, no bairro do Marco, em Belém."

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Centenário de nascimento de Noel Rosa



Hoje (9) às 20h:30min acontece o Show “Cem Rosas para Noel”, no Teatro Estação Gasômetro, em homenagem ao Centenário de nascimento do Poeta da Vila.  Quem apresenta o show é Yuri Guedelha & Sarau Brasil. Entre os Convidados temos Adriana Calvacante, Alba Maria, Ana Marçal, Flávia dos Anjos, Gigi Furtado, Juliana Sinimbú, Léo Meneses, Pedrinho Cavalléro e os bailarinos Roberto e Lana.O preço do ingresso é 15 reais a cadeira e 10 reais a arquibancada.


Outras apresentações: dias 10 e 11, às 20h, no auditório do SESC Boulevard (Boulevard Castilho França, em frente à Estação das Docas) e a última apresentação será no dia 11, às 23h, no Espaço Cultural Fuxico (Tv. Rui Barbosa, 1861, entre Conselheiro e Mundurucus).

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Duas dicas de Programação Cultural


A primeira é um espetáculo teatral que está em cartaz de 9 a 11 de Dezembro às 20h no Porão Cultural do Instituto Universidade Popular (UNIPOP) que fica na Av. Senador Lemos, 557, entre Dom Pedro I e Dom Romualdo de Seixas.
O espetáculo retrata o amor, inclusive na sua ausência. A necessidade de amar é destacada pelas diversas esquetes que encadeiam o espetáculo e mostram situações de violência, preconceitos, mercantilização do corpo e desvalorização dos sentimentos. “Queremos mostrar que esse modelo competitivo impõe suas regras, as quais atingem diretamente as relações mais básicas de convivência entre os seres humanos”, explica o diretor do espetáculo Adriane Gonçalves. O espetáculo divide-se em dois momentos. No primeiro, cenas do cotidiano mostram relações conflituosas marcadas pelo egoísmo, machismo e falta de compromisso coletivo. Em um segundo momento, o amor é destacado como o elemento central para uma convivência harmoniosa.
A peça é gratuita e no final rola o Chapéu!!!
A Segunda dica é a exibição do curta paraense Matinta, que acontecerá nesta sexta-feira no Cinépolis no Shopping Boulevard. O ingresso é um quilo de alimento não-perecível. Abaixo o Trailer!!!

O curta foi filmado em setembro de 2009, no Parque Ambiental do Utinga, em Belém, e na Comunidade Caruaru, em Mosqueiro. Quem protagoniza é a linda Dira Paes!!!
Quem for conferir me diga o que achou.
Saudações
Nairo Bentes


terça-feira, 7 de dezembro de 2010

O Brasil no PISA e Haddad: O "Ministro da Saúde"


Hoje pela manhã assisti ao Bom Dia Brasil. Para ver os grandes comentários sobre a política-econômica do país da grande jornalista e comentarista política Miriam Leitão. Aff! Lembrei de uma cena que acontecera comigo ainda na escola, no Ensino Fundamental. Uma professora, não lembro qual, perguntou à turma o seguinte: A Televisão traz informações falsas?
Eu, como quase toda turma, respondi que não. A média da turma era de 11 ou 12 anos eu acho. Ainda teve gente que gritou: NÃÃÃÃOOO!!!! Lembro que teve uma aluna que olhando para sua colega falou: Ê, claro que traz!
E a professora falou: É, traz! E começou a falar, que “a televisão é feita por pessoas que assim como cada um de nós tem uma opinião. Que a mídia emite uma opinião que pelo seu poder acaba por se tornar a opinião da maioria”. Também pondero, se hoje a mídia já influencia bastante as pessoas, o que dirá antigamente que não tínhamos uma possibilidade de informação alternativa, dados os exemplos de blogs como este vocês lêem agora?
Abaixo o comentário da Miriam sobre o desempenho do Brasil no PISA (Programa Internacional de Avaliação de Alunos).

 

O Brasil ingressou no Pisa em 2000. Desde então, a média entre as três provas - considerando os resultados em leitura, matemática e ciências - subiu de 368 para 401 pontos. Nesse mesmo período, apenas dois países conseguiram melhorias superiores aos 33 pontos alcançados pelo Brasil: Chile (mais 37 pontos na média) e Luxemburgo (mais 38 pontos). Na média, os países-membros da OCDE ficaram estagnados de 2000 a 2009, sem avanços.
O Brasil estabeleceu metas de melhorias no Pisa, como as que já existem para o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). Para 2009, o objetivo era atingir 395 pontos, o que foi superado. Em 2021, o país precisa alcançar 473 pontos, média dos países da OCDE.
O investimento em Educação no Brasil deve aumentar. Uma vitória já é a aprovação da Lei que assegura que 50% dos recursos do Pré-Sal sejam investidos em Educação. Temos ainda que lutar pelo aumento para 10% do investimento do PIB em educação. E aumentar o investimento constitucional na Educação, que atualmente versa:

Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino.
Voltando a falar da Rede Globo. Ela cometeu uma grande gafe durante a matéria. No pronunciamento de Fernando Haddad, colocou como legenda Ministro da Saúde.
#AGloboMente e #AGloboNãoTáPreocupadaComOBrasil

Um abraço a todas e todos!!
Nairo Bentes

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Um depoimento....


Uma vez, logo quando eu passei no vestibular, um professor de matemática que havia me dado aula no 3º ano, ao conversar comigo sobre a profissão, me disse que eu teria que me empenhar para trabalhar em escolas particulares. Justificou dizendo que na rede pública os alunos não têm interesse, e eu acabaria por me desinteressar também, ficaria sem motivação.
O caminho que tomei foi outro, em 2005 logo, um ano após de formado, comecei a trabalhar na Escola Pública. Mais precisamente, em Mosqueiro, na Escola Abelardo Leão Conduru, e anos mais tarde também no Honorato Filgueiras.
Se eu encontrasse esse professor, diria a ele que muitas coisas aprendi. E que minha motivação, como professor hoje, se dá justamente por ser na escola pública e pelas possibilidades que tenho nela, pela vontade de lutar de meus alunos, pelo reconhecimento que tenho do meu trabalho. Abaixo, um depoimento que recebi hoje de uma aluna por email.
"Oi? Alguns aninhos atrás eu fui sua aluna no Abelardo, no primeiro ano. Vc foi o melhor prof. de matemática que já tive. Me adiciona aiii! Me identifico muito com suas ideias. O Sr é um exemplo de pessoa para a sociedade. Parabéns!! ". (Mariane Sousa)
Um abraço pra Mariane e pra todos meus alunos, alunas e ex-alunos(as)!!!
Boa semana pra todas e todos!!!
Nairo Bentes

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Desde que o samba é samba é assim!!!

Hoje, 02 de Dezembro, é dia do Samba!
Um dos melhores sambas e mais bem cantados que já vi!!
Viva Cássia Eller e Viva Noite Ilustrada!!!!

domingo, 28 de novembro de 2010

Não Queremos ter o que não temos. Nós só Queremos Viver em Paz!




Assim, o eu-lírico é um militante socialista, ou um idealista – como quiser, alguém que pensa em mudar a sociedade.
A garota – com quem ele dialoga – é a ideologia, ou a teoria, também prática, ou a vontade dela (da prática). Ironicamente posso dizer que é a sua amiga imaginária. Assim como o Chico Xavier tinha o Emanuel, o militante aí tinha a tal da garota.
A Estrada é o Socialismo (como Utopia), é o que ele sonha, é o que ele busca. É a estrada. O caminho. Sacou? Capiche?
E no início ele começa a dizer que a garota - que vocês já sabem quem é – faz ele correr riscos, tudo por causa de uma vontade de mudar o mundo. O que às vezes parece que nunca se vai alcançar. É, o horizonte nós conseguimos ver, somente isso. E a Highway é infinita. A Luta não para!
Ele se indaga sobre se vai conseguir alguma coisa para tantos, mas se são poucos que lutam. Que contradição, somos milhões mas estamos sozinhos. E não sabemos nem dizer como será esse futuro, só que ele é melhor e mais igualitário. Mas como será o nosso socialismo?
O cara ainda alerta: Não queremos vida de burgueses, não! Queremos tão somente a igualdade de direitos, de oportunidades, de acesso e de vontades (lembrei da vista pro mar em Salvador). “Só queremos viver!”
Vamos refletir, não somos dos mais necessitados, vivemos. Sobrevivemos no sistema. É, “pobre não vive, pobre sobrevive”. Morremos nesse sistema. Somos escravos dele. Mas estamos bem, talvez por isso estejamos sós. Temos tudo, mas nos falta... O prazer? Ou a igualdade?
De que vale eu estar bem e o resto do mundo fudidos? Eu tô bem? Também sou parte desse sistema. Aprendo gráficos e tabelas da desigualdade. Que não servem pra nada. Eu já sei disso. Como se muda? Com a política? É?
Essa de só obedecer a Lei tal e tal, é mais anarquista... Mais o que são os anarquistas senão verdadeiros socialistas? Já disse o Plínio. Pois, o anarquismo só é possível com a consciência coletiva de todos, individualmente e em grupos. E o Socialismo não? Não precisa que todos concordem? E a burguesia vai concordar quando? E o proletariado que a burguesia manipula vai concordar totalmente 100% quando? Não disse nunca, mas.... Daí que vem “Será a estrada uma prisão?” (Sabe quem é a estrada né? O Socialismo. A Highway, esqueceu?). Será que é ditadura? Será que é pior? A mídia ta aí pra dizer. O problema do anarquismo é que fala contra o Estado Operário. O mesmo que a burguesia faz.  Maniqueísa nossas estratégias de transição.
Aqui, me limito apenas a transcrever, é suficiente:

Mas nem por isso ficaremos parados
Com a cabeça nas nuvens e os pés no chão
“Tudo bem, garota, não adianta mesmo ser livre”
Se tanta gente vive sem ter como comer...

Nestas duas últimas frases, o anarquista, aceita o Estado operário como uma necessidade de transição e de igualdade. Concorda com a Ideologia: “Tudo bem, garota”. Viva a Revolução!!
No final usa-se expressões como Horizonte Trêmulo, caracterizando de que não há certeza de como será essa sociedade melhor, e por isso os olhos úmidos. Indagações e questionamentos para saber se o caminho está certo, e por isso os olhos úmidos. Fazem-se referências a regras, leis e imposições. Cita-se a América Central. Viva Cuba!
E no final uma mensagem direta. Para se ter uma revolução, é necessário que não caiamos na abstração, pois senão, a sociedade – a qual sem ela não se constrói um mundo melhor – nos tachará de bitolados, e não nos acreditará.

Saudações a quem tem Coragem!!!

Nairo Bentes

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Adoramos ficar "amigos" do garçom...

Hoje eu fui no Alternativa pros íntimos, Alterna hoje o chamo de Destroços. É, Destroços do alterna. Do lado do IFPA. É, do CEFET. Eu ainda chamo assim, de Alterna, porque vem um sentimento de tristeza motivado por profunda saudade. É, o nome é nostalgia. Não que seja tristeza mesmo. Por que lá, só coisas engraçadas e diálogos proveitosos ocorreram. Talvez a tristeza mínima seja porque passou. Aí, ao chegar em casa, viajando de blog em blog na internet, encontrei um texto que, muito bem feito, me fez lembrar de alguns amigos. E de alguns bares. E é legal de ler pra todos nós... "meio intelectuais e meio de esquerda".

Não que os outros não mereçam mas, neste texto, lembrei específicamente de Ribamar, Felipe e Rafaela.

Saudações, e até o próximo boteco!!! Um abraço!!

Nairo Bentes

Bar ruim é lindo, bicho.

Por Antonio Prata

Eu sou meio intelectual, meio de esquerda, por isso freqüento bares meio ruins. Não sei se você sabe, mas nós, meio intelectuais, meio de esquerda, nos julgamos a vanguarda do proletariado, há mais de 150 anos. (Deve ter alguma coisa de errado com uma vanguarda de mais de 150 anos, mas tudo bem). No bar ruim que ando freqüentando nas últimas semanas o proletariado é o Betão, garçom, que cumprimento com um tapinha nas costas acreditando resolver aí 500 anos de história. Nós, meio intelectuais, meio de esquerda, adoramos ficar "amigos" do garçom, com quem falamos sobre futebol enquanto nossos amigos não chegam para falarmos de literatura. "Ô Betão, traz mais uma pra gente", eu digo, com os cotovelos apoiados na mesa bamba de lata, e me sinto parte do Brasil. Nós, meio intelectuais, meio de esquerda, adoramos fazer parte do Brasil, por isso vamos a bares ruins,que tem mais a cara do Brasil que os bares bons, onde se serve petit gateau e não tem frango à passarinho ou carne de sol com macaxeira que são os pratos tradicionais de nossa cozinha. Se bem que nós, meio intelectuais, quando convidamos uma moça para sair pela primeira vez, atacamos mais de petit gateau do que de frango à passarinho, porque a gente gosta do Brasil e tal, mas na hora do vamos ver uma europazinha bem que ajuda. A gente gosta do Brasil, mas muito bem diagramado. Não é qualquer Brasil. Assim como não é qualquer bar ruim. Tem que ser um bar ruim autêntico, um boteco, com mesa de lata, copo americano e, se tiver porção de carne de sol, a gente bate uma punheta ali mesmo. Quando um de nós, meio intelectuais, meio de esquerda, descobre um novo bar ruim que nenhum outro meio intelectual, meio de esquerda freqüenta, não nos contemos: ligamos pra turma inteira de meio intelectuais, meio de esquerda e decretamos que aquele lá é o nosso novo bar ruim. Porque a gente acha que o bar ruim é autêntico e o bar bom não é, como eu já disse. O problema é que aos poucos o bar ruim vai se tornando cult, vai sendo freqüentado por vários meio intelectuais, meio de esquerda e universitárias mais ou menos gostosas. Até que uma hora sai na Vejinha como ponto freqüentado por artistas, cineastas e universitários e nesse ponto a gente já se sente incomodado e quando chega no bar ruim e tá cheio de gente que não é nem meio intelectual, nem meio de esquerda e foi lá para ver se tem mesmo artistas, cineastas e universitários, a gente diz: eu gostava disso aqui antes, quando só vinha a minha turma de meio intelectuais, meio de esquerda, as universitárias mais ou menos gostosas e uns velhos bêbados que jogavam dominó. Porque nós, meio intelectuais, meio de esquerda, adoramos dizer que freqüentávamos o bar antes de ele ficar famoso, íamos a tal praia antes de ela encher de gente, ouvíamos a banda antes de tocar na MTV. Nós gostamos dos pobres que estavam na praia antes, uns pobres que sabem subir em coqueiro e usam sandália de couro, isso a gente acha lindo, mas a gente detesta os pobres que chegam depois, de Chevete e chinelo Rider. Esse pobre não, a gente gosta do pobre autêntico, do Brasil autêntico. E a gente abomina a Vejinha, abomina mesmo, acima de tudo. Os donos dos bares ruins que a gente freqüenta se dividem em dois tipos: os que entendem a gente e os que não entendem. Os que entendem percebem qual é a nossa, mantém o bar autenticamente ruim, chamam uns primos do cunhado para tocar samba de roda toda sexta-feira, introduzem bolinho de bacalhau no cardápio e aumentam em 50% o preço de tudo. Eles sacam que nós, meio intelectuais, meio de esquerda, somos meio bem de vida e nos dispomos a pagar caro por aquilo que tem cara de barato. Os donos que não entendem qual é a nossa, diante da invasão, trocam as mesas de lata por umas de fórmica imitando mármore, azulejam a parede e põem um som estéreo tocando reggae. Aí eles se fodem, porque a gente odeia isso, a gente gosta, como já disse algumas vezes, é daquela coisa autêntica, tão brasileira, tão raiz. Não pense que é fácil ser meio intelectual, meio de esquerda, no Brasil! Ainda mais porque a cada dia está mais difícil encontrar bares ruins do jeito que a gente gosta, os pobres estão todos de chinelo Rider e a Vejinha sempre alerta, pronta para encher nossos bares ruins de gente jovem e bonita e a difundir o petit gateau pelos quatro cantos do globo. Para desespero dos meio intelectuais, meio de esquerda, como eu que, por questões ideológicas, preferem frango a passarinho e carne de sol com macaxeira (que é a mesma coisa que mandioca mas é como se diz lá no nordeste e nós, meio intelectuais, meio de esquerda, achamos que o nordeste é muito mais autêntico que o sudeste e preferimos esse termo, macaxeira, que é mais assim Câmara Cascudo, saca?). - Ô Betão, vê um cachaça aqui pra mim. De Salinas quais que tem?