terça-feira, 25 de dezembro de 2007

"Assistir aula é muito chato"

Foto: Alunos em sala de aula em um sábado de manhã no município de Viseu-PA.
(by Cleber Wandenkolk, 2007)

Existe uma história mais ou menos assim...

"Uma pessoa ficou congelada durante anos, 500 anos... em 2508 saiu e ficou espantada com o que encontrara, no lugar de carros, naves - no lugar de lanches e refeições, comprimidos - ninguém falava com ninguém, essa pessoa ficou assustada. Correu para o supermercado só viu robôs fazendo compras, correu para diversos lugares e não reconhecia nada, só se apavorava, até que entrou em uma escola, em uma sala de aula, entrou com medo do que encontraria, viu os alunos dispostos em fileiras, sentados, e o professor na frente. Parou e pensou 'aqui eu estou em casa'."

Não lembro quando, nem onde, nem de quem eu ouvi essa parábola, mas ela nos remete a uma reflexão, de que tudo parece evoluir e a escola, mais precisamente a sala de aula, está parada no tempo. Precisamos rever essa prática? Qual é a função da escola? As aulas que são comumente tradicionais são chatas ou não atraentes?

Eis o que me levou a refletir novamente sobre esse tema, um professor que dá aula nos melhores colégios e cursinhos de Belém, não sei se feliz ou infelizmente proferiu a frase em uma sala de aula cheia de professores e pedagogos "ASSISTIR AULA É MUITO CHATO", e repetiu a frase por várias vezes, ele estava dando aula num cursinho preparatório para o concurso da SEDUC-PA, e numa sala cheia de educadores, ninguém se manifestou após aquela frase, nem eu, por dois motivos não me manifestei, 1º estávamos numa sala de cursinho e não numa Universidade, 2º aquela frase me fez refletir minha prática e minha história. Aquele cara havia sido meu professor no ensino médio, fez outra graduação além da Licenciatura, também na área de educação, fez pós-graduação na mesma área, e estava ali dizendo o quanto era chato assistir aula, que os alunos ficam em sala e não sabem por que estão lá escutando o professor falar. Algumas pessoas riram em sala depois que ele falou isso, outras ficaram caladas. Consentiram?

Primeiro pessoalmente, no meu trabalho objetivo fazer o melhor para que o meu aluno entenda o que for necessário, e que sinta vontade de ascender socialmente, de aprender, que sinta também o mínimo de prazer de estar ali. Não acredito que em uma turma de ensino médio noturno, em uma escola pública, numa zona periférica os alunos que ali estão não queiram nada, não entendam por que estão ali. Agora reflito, será que os professores que estão em sala, queriam estar ali, sentem prazer em sala de aula? Porque se eles não sentem prazer em dar aula, não são os alunos que vão sentir em assistir.

Creio que Motivação e Prazer são sentimentos pares que devem ocorrer de todos os lados para serem reais. A motivação parte de maior responsabilidade do aluno e o prazer deverá partir do professor, não incumbindo a estes a inteira responsabilidade, mas a maior parte. E a motivação do aluno deve ser despertada pelo professor, o que faz a responsabilidade deste ser maior. Não vou entrar em criticas diretas pessoais à colegas de profissão, mas pouco vejo motivação e prazer em alguns professores. Cada um é responsável por sua prática. Voltando ao que disse o Professor em questão "Assistir aula é muito chato" acho que realmente falou isso por que seja um pouco de verdade na cabeça dos alunos, mas o mais importante é instigar os profissionais da educação para que revejam sua prática, talvez ele tenha errado por tocar apenas na questão do não uso de tecnologias para justificar a "chatice", e não falar na questão de motivação e prazer do professor, que creio eu, é mais fundamental. O professor tem que começar a ser questionado para se questionar e suscitar melhoras em sua prática diária.

Se o Professor, em geral, pensa que o aluno acha que “Assistir aula é muito chato” é bem provável que o aluno pense "Deve ser muito chato dar aula". (Nairo Bentes)

domingo, 23 de dezembro de 2007

O rolo do Rolex (Zeca Baleiro)

"NO INÍCIO do mês, o apresentador Luciano Huck escreveu um texto sobre o roubo de seu Rolex. O artigo gerou uma avalanche de cartas ao jornal, entre as quais uma escrita por mim. Não me considero um polemista, pelo menos não no sentido espetaculoso da palavra. Temo, por ser público, parecer alguém em busca de autopromoção, algo que abomino. Por outro lado, não arredo pé de uma boa discussão, o que sempre me parece salutar. Por isso resolvi aceitar o convite a expor minha opinião, já distorcida desde então. Reconheço que minha carta, curta, grossa e escrita num instante emocionado, num impulso, não é um primor de clareza e sabia que corria o risco de interpretações toscas. Mas há momentos em que me parece necessário botar a boca no trombone, nem que seja para não poluir o fígado com rancores inúteis. Como uma provocação. Foi o que fiz. Foi o que fez Huck, revoltado ao ver lesado seu patrimônio, sentimento, aliás, legítimo. Eu também reclamaria caso roubassem algo comprado com o suor do rosto. Reclamaria na mesa de bar, em família, na roda de amigos. Nunca num jornal. Esse argumento, apesar de prosaico, é pra mim o xis da questão. Por que um cidadão vem a público mostrar sua revolta com a situação do país, alardeando senso de justiça social, só quando é roubado? Lançando mão de privilégio dado a personalidades, utiliza um espaço de debates políticos e adultos para reclamações pessoais (sim, não fez mais que isso), escorado em argumentos quase infantis, como "sou cidadão, pago meus impostos". Dias depois, Ferréz, um porta-voz da periferia, escreveu texto no mesmo espaço, "romanceando" o ocorrido. Foi acusado de glamourizar o roubo e de fazer apologia do crime. Antes que me acusem de ressentido ou revanchista, friso que lamento a violência sofrida por Huck. Não tenho nada pessoalmente contra ele, de quem não sei muito. Considero-o um bom profissional, alguém dotado de certa sensibilidade para lidar com o grande público, o que por si só me parece admirável. À distância, sei de sua rápida ascensão na TV. É, portanto, o que os mitificadores gostam de chamar de "vencedor". Alguém que conquista seu espaço à custa de trabalho me parece digno de admiração. E-mails de leitores que chegaram até mim (os mais brandos me chamavam de "marxista babaca" e "comunista de museu") revelam uma confusão terrível de conceitos (e preconceitos) e idéias mal formuladas (há raras exceções) e me fizeram reafirmar minha triste tese de botequim de que o pensamento do nosso tempo está embotado, e as pessoas, desarticuladas. Vi dois pobres estereótipos serem fortemente reiterados. Os que espinafraram Huck eram "comunistas", "petistas", "fascistas". Os que o apoiavam eram "burgueses", "elite", palavra que desafortunadamente usei em minha carta. Elite é palavra perigosa e, de tão levianamente usada, esquecemos seu real sentido. Recorro ao "Houaiss": "Elite - 1. o que há de mais valorizado e de melhor qualidade, especialmente em um grupo social [este sentido não se aplica à grande maioria dos ricos brasileiros]; 2. minoria que detém o prestígio e o domínio sobre o grupo social [este, sim]". A surpreendente repercussão do fato revela que a disparidade social é um calo no pé de nossa sociedade, para o qual não parece haver remédio -desfilaram intolerância e ódio à flor da pele, a destacar o espantoso texto de Reinaldo Azevedo, colunista da revista "Veja", notório reduto da ultradireita caricata, mas nem por isso menos perigosa. Amparado em uma hipócrita "consciência democrática", propõe vetar o direito à expressão (represália a Ferréz), uma das maiores conquistas do nosso ralo processo democrático. Não cabendo em si, dispara esta pérola: "Sem ela [a propriedade privada], estaríamos de tacape na mão, puxando as moças pelos cabelos". Confesso que me peguei a imaginar esse sr. de tacape em mãos, lutando por seu lugar à sombra sem o escudo de uma revista fascistóide. Os idiotas devem ter direito à expressão, sim, sr. Reinaldo. Seu texto é prova disso. Igual direito de expressão foi dado a Huck e Ferréz. Do imbróglio, sobram-me duas parcas conclusões. A exclusão social não justifica a delinqüência ou o pendor ao crime, mas ninguém poderá negar que alguém sem direito à escola, que cresce num cenário de miséria e abandono, está mais vulnerável aos apelos da vida bandida. Por seu turno, pessoas públicas não são blindadas (seus carros podem ser) e estão sujeitas a roubos, violências ou à desaprovação de leitores, especialmente se cometem textos fúteis sobre questões tão críticas como essa ora em debate. Por fim, devo dizer que sempre pensei a existência como algo muito mais complexo do que um mero embate entre ricos e pobres, esquerda e direita, conservadores e progressistas, excluídos e privilegiados. O tosco debate em torno do desabafo nervoso de Huck pôs novas pulgas na minha orelha. Ao que parece, desde as priscas eras, o problema do mundo é mesmo um só -uma luta de classes cruel e sem fim." JOSÉ DE RIBAMAR COELHO SANTOS, 41, o Zeca Baleiro, é cantor e compositor maranhense. Tem sete discos lançados, entre eles, "Pet Shop Mundo Cão". Fonte:http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz2910200708.htm

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

PCdoB e UJS decidem apoiar a candidatura de ANA CLAUDIA HAGE para reitoria da UEPA.

O partido Comunista do Brasil e a União da Juventude Socilaista decidiram apoiar a candidatura da professora Ana Claudia Hage para a disputa da reitoria da UEPA.O apoio foi decidido em uma reunião de mais de 4 horas na sede do partido Comunista.A candidatura de Ana Claudia Hage representa na visão dos comunistas a que mais conhece a realidade da Uepa e que tem um projeto politico-acadêmico de gestão que atende o interesses da sociedade do Estado.Com muita luta e assistência estudantil vamos mudar a UEPA... Fonte: BlogdoRodrigoMoraes: Sexta-feira, 5 de Outubro de 2007 às 10:11
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Professora da UEPA do Centro de Educação, Ana Cláudia Hage Com certeza é a pessoa que, se Reitora da Universidade do Estado do Pará, fará a melhor gestão entre os atuais candidatos. O apoio a uma Canditatura de Reitoria não deve ser orientado por uma decisão político partidária superior, cada um tem consciência do que significa este apoio, acordos em vésperas de eleição acabam por muitas vezes logo após a eleição.
Voto em Ana Cláudia Hage simplesmente por achar que ela é a candidata melhor preparada para organizar a UEPA, e que projetos ímpares serão realizados em sua gestão.
Nairo Bentes

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Debate no Orkut vamo ver no que dá.

Vamos ver como as pessoas de uma comunidade anti-cotas do orkut reagem em frente a algumas indagações, escrevi isso pra galera no link http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=40260&tid=2560585261285484003&na=2&nst=36
"Sinceramente, às vezes pra entrar em um debate é preciso ler um pouco, as cotas não são pensadas de uma hora para outra por que os negros querem ser melhores que os brancos. Vocês realmente acham que não existe racismo no Brasil? Ana Paula nunca sentiu que foi discriminada por ser negra? Acho que um pouco de leitura não faz mal a ninguém. Será que as cotas realmente vão criar uma segregação? Será que já não exixte essa tal segregação? As cotas vão criar um racismo? Acho que tanto para ser a favor quanto para ser contra, tem que se ter lido bastante, algumas leituras que recomendo para se fazer parte do debate são essas http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=30580454&tid=2539753896743704448 para debater cotas não é apenas dizer sim ou não,acho que tem que se interar bastante do assunto, esse tópico de vocês poderia ser mais produtivo caso vocês se interessassem mais pela leitura do assunto.Alguns tipos de preconceitos são criados por conta de esteriótipos que a sociedade eterniza e reproduz, como o caso da maioria pobre ser negra, da maioria dos indigentes serem negros, isso cria na mente das pessoas esteriótipos do tipo "todo negro a noite na rua de bicicleta é ladrão" além da discriminação estrutural que existe na sociedade brasileira, as políticas que foram trabalhadas até o início deste século só fazem manter e reproduzir a segregação étnico-racial e as desigualdades existentes no Brasil, de modo que o filho de uma família pobre não tenha aspiração nenhuma de se dar bem na vida, seus filhos serão pobres, e seus netos também, e o esteriótipo é alimentado. Qualquer exemplo que contrarie isso são meras exceções. Então,não somente o sistema de cotas, como outras políticas de ação afirmativa visam acabar com esse retrato da sociedade atualmente, e dar fim as possibilidades de existência de esteriótipos que discriminem negros. Tentando reduzir um preconceito racial, ou um racismo ideológico camuflado que existe na sociedade brasileira. Espero que respondam "Existe racismo no Brasil na opinião de cada um de vocês?"
Nairo Bentes

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Entrevista com o Reitor da UEPA Fernando Palácios.

Em um trabalho de um grupo de alunos do Curso de Pedagogia da UEPA o Reitor Conversou sobre a questão da Cotas Sociais e Raciais.
BlogdoPelego: O Senhor é contra ou a favor ao Sistema de Cotas?
F P: Sou favorável às Políticas de ação Afirmativa e contrário às Cotas.
BlogdoPelego: Porque contrário às Cotas?
F P: São duas coisas diferentes, Políticas de Ação Afirmativa no caso específico que eu sou favorável é ao aluno da Escola Pública, e não simplesmente pelo fato dele ser aluno da Escola Pública, mas porque eu considero um dos problemas maiores da Educação brasileira reside na Escola Pública, na passagem do Ensino Fundamental para o Ensino Médio, hoje a gente tem no Brasil uma média de 48% de jovens entre 15 a 17 anos freqüentando o Ensino Médio, essa média cai aqui pra região norte para em torno de 30% e 35%. Por quê isso? Por uma série de razões e uma das que eu considero é por que o jovem não está vendo muita perspectiva de empregabilidade ao ingressar no Ensino Médio, ou seja, ele pode começar a trabalhar antes, e com o ensino médio ele não vê que vai haver ganhos muito maiores do que isso. Então porque que eu sou favorável a políticas afirmativas voltadas pra escola pública? Por que a maior parte dos jovens brasileiros hoje estudam na Escola Pública, e ele (estudante de escola pública) tendo uma perspectiva, uma possibilidade de ingressar numa universidade, provavelmente vai ter muito mais motivação para permanecer no Ensino Médio e com isso concluir os seus estudos na Educação Básica, essa é uma possibilidade; ao mesmo tempo eu considero que ter como meta a Universidade pode influenciar a melhoria da escola pública, ou seja, nós tentamos fazer isso aqui na UEPA com o programa de ingresso seriado, o PRISE, mas o PRISE por uma série de razões ele não está conseguindo fazer isso, por quê? O quê que acontecia antes do PRISE, o aluno da Escola Pública ele tinha o 1º ano, onde eram dados, comprovado, 50% dos conteúdos que deveriam ser ministrados, depois o 2º ano onde eram dados também mais ou menos 50%, e no 3º ano iriam dar todos os conteúdos que não deram no 1º, no 2º, além do 3º, isso era comprovado, então resultado: os alunos tinham uma aprovação nos processos seletivos vestibulares muito fraca, por que realmente eles tinha o Ensino Médio ruim. Quando a gente colocou o PRISE, e o PRISE acoplou o conteúdo da escola pública, ou seja o da SEDUC, ao da Universidade então a coisa melhorou mais, mas mesmo assim a gente estava fazendo um cálculo, temos na UEPA em média 30% a 35% de alunos oriundos da escola pública, que é um número muito baixo, poderia ser muito maior. Então eu vejo assim, Política Afirmativa, por que não Cotas? e a terceira questão que eu coloco, a Política Afirmativa vai beneficiar determinado seguimento social durante um determinado período de tempo, que não sabemos, pode ser 5 anos, pode ser 10 anos, pode ser até mais, então a isso eu sou favorável, porque eu acho que realmente há uma dificuldade muito grande, desse jovem que hoje está na escola pública, em ingressar na Universidade, por uma série de outros fatores que todos já deve saber como a falta de oportunidade de acessar aos bens culturais que os demais jovens, enfim é essa situação que aparece. Bom, porquê Política afirmativa e não Cota? Por que a Cota estabelece a priori um número 20%, 30%, 40%, 50%, e não leva em conta o mérito, eu acho que isso não incentivaria o jovem que está na Escola Pública atualmente a melhorar, ele seria incentivado a ingressar na Universidade por que ele acharia que teria maior facilidade de ingressar mas não a melhorar, eu defendo uma Política de Ação Afirmativa em que o aluno oriundo da Escola Pública tenha uma pontuação a mais que os demais alunos, essa pontuação será estabelecida de acordo com cada Instituição, no caso da UEPA também, “onde está o nosso aluno da Escola Pública?” são duas perguntas que temos que fazer, primeiro, ele se candidata ao vestibular da UEPA? segundo, onde ele está na classificação? Certo, ele está entre os últimos, está próximos aos classificados, está em uma zona intermediária; então baseado nessa análise a gente pode apresentar algumas propostas de que esse aluno receba durante um determinado período uma certa pontuação, que vai fazer com que ele alcance aquela meta, ou seja, ele vai estar sempre de alguma forma tentando melhorar para se aproximar dessa meta. Então Política Afirmativa sim, Cota não.
BlogdoPelego: Então o senhor é a favor ou contra Cotas para negros?
F P: Contra, totalmente. Totalmente contra.
BlogdoPelego: O sistema que o Senhor está falando é o adotado pela UniCamp?
F P: A UniCamp adotou, a USP adotou, só que a USP adotou com um percentual muito pequeno, o quê que acontece? Por isso que eu fiz aquela primeira pergunta, o aluno da Escola Pública se candidata aos Cursos da UEPA? Por exemplo, o aluno de Escola Pública se candidata ao Curso de Medicina? O aluno de Escola Pública se candidata ao Curso de Engenharia de Produção? Essa é pergunta que tem que ser feita. Por que na USP uma das questões era, que o aluno nem se candidatava a USP, porque ele achava que não teria chance nenhuma de ingressar na USP, então ele não se candidatava. Logo quando a Universidade de um percentual de 3%, 5%, na avaliação que eles fizeram não ocasionou mudança nenhuma, os aluno consideraram aquele percentual pequeno, e continuaram não se inscrevendo para o vestibular da USP. A UniCamp adotou um sistema de pontos, ela (a UniCamp) fez todo um trabalho estatístico, e percebeu que eles tinham uma grande quantidade de alunos oriundos da Escola Pública numa zona bem próximo da aprovação, eles não ficaram aprovados por um percentual bem pequeno, eu sou mais simpático a isso do que a reserva de um percentual de vagas.
BlogdoPelego: Uma coisa que se preocupa muito em relação ás cotas, é a questão do mérito acadêmico. A prova do vestibular hoje tem uma quantidade muito grande de conteúdos, e isso acaba privilegiando os alunos de Escola Particular que têm um ensino mais organizado, será que a própria forma como o processo seletivo é organizado já não é uma forma de exclusão dos alunos de Escola pública, que são na maioria negros?
F P: Com certeza pode se analisar assim também, por exemplo você vê algumas Universidades tem o processo seletivo realmente muito difícil, muito difícil mesmo, se você pega na Federal a prova de física, os professores de física têm orgulho daquela prova de ser tão difícil, em que todo mundo tira zero, tira um, tira dois, eu acho que não tem que ter orgulho disso, aquela prova ela não está avaliando o aluno realmente no sentido de ingressar numa Universidade, não por aí. Então eu concordo, eu acho que as Universidades podem, no caso da UEPA ela tem feito isso, ao longo de todos esses anos nós temos, primeiro, reduzimos o conteúdo, pra quê ter um conteúdo tão grande? ajustamos o conteúdo à questão da Secretaria de Educação, o que está sendo ensinado ou transmitido aos alunos do Ensino Médio, é o que nós cobramos no vestibular, então podemos sim tentar fazer com que essas firinganas (como? Essa passou batido!), essas coisas que são cobradas e que realmente muito dessas coisas o aluno que tem condições de pagar um curso de matemática, um curso de física ou um curso de redação é favorecido, podemos fazer que elas (quem? As firinganas?) sejam diminuídas e tentar fazer uma avaliação mais abrangente, mas mesmo assim eu acho, aí é uma posição minha que precisaria ser analisada, que com tudo isso o nosso aluno do Ensino Médio ainda tem tantas dificuldades que ele teria também um empecilho pra entrar. Veja bem, às vezes falam “a mas o aluno de cotas está se saindo bem na Universidade”, ele vai sair bem na Universidade, o aluno de cotas entende aquilo como a chance da vida dele e ele vai se sair em na Universidade, eu não estou preocupado com o aluno de cotas na Universidade, se a Universidade tiver uma política pra ele, de apoio, por exemplo se ele passar no Curso de Medicina, vai ser necessário um apoio pra ele, pois ele vai passar o dia inteiro estudando e não vai conseguir trabalhar, se ele não consegue trabalhar a tendência lá adiante é ele abandonar o Curso, então a Universidade tem que apoiar esse aluno, e se tiver política de apoio pro cotista, na Universidade, ele vai em frente e não tem problema algum. A minha preocupação é a seguinte, é não criar uma espécie de bolsa família, ou seja, quando a bolsa família foi concedida, é uma idéia interessante, muito boa, ou seja, você está na escola, você foi aprovado, você ganha a bolsa família, agora se for desvinculado isso e simplesmente ser dada uma bolsa só por que o aluno está na escola, e não cobrar essa freqüência do aluno na escola e a aprovação dele, então isso aí pra mim é assistencialismo, isso não funciona. É a mesma coisa que eu penso, a Cota ou a Política Afirmativa ela funciona se tiver uma repercussão no ensino médio, se eu conseguir com isso motivar o aluno da Escola Pública, e motivando esse aluno ele vai pressionar mais um Sistema, vai pressionar professor, vai pressionar dirigente e vai fazer com que sua escola melhore, então é nessa perspectiva que eu sou favorável.
BlogdoPelego: O senhor diz que o papel da Cota seria que houvesse mais pressão por uma qualidade do Ensino Público, mais sem as cotas qual seria o papel da Universidade para que melhorasse essa qualidade que é tão importante?
F P: A Universidade tem sim um papel importante, ela pode primeiro através do sistema de seleção influenciar no Ensino Médio, como o PRISE, a mudança do processo vestibular, não a eliminação do processo vestibular que não tem como, do jeito que nós somos organizados no sistema hoje, você dizer que o ENEM vai ser suficiente para fazer a seleção pra ingressar na Universidade não é verdade, mas é uma possibilidade. Mas para mudança dessa situação, a Universidade deve fazer uma reflexão sobre o Ensino Médio, sobre a Educação Básica de uma maneira geral, pois nós, a Universidade, formamos os professores, e nós mesmos formando os professores os resultados são tão ruins, porque os resultados no Ensino fundamental e Ensino Básico são tão ruins? Então é nesse aspecto que eu acho que a Universidade pode influenciar muito nesta questão das políticas públicas.Agora, Negro. Cotas para negros. Primeiro Quem é negro no Brasil, essa é a primeira pergunta que eu faço Quem é negro no Brasil?, eu entendo, eu conversei com algumas lideranças, eles disseram “olha professor, mas isso é uma questão do movimento a gente quer que as pessoas se assumam negros, pardos, este é um viés que está por trás de tudo isso, nós queremos que as pessoas digam, - eu sou negro, - eu sou pardo.” Mas, quem é pardo na nossa região?, primeiro é a definição disso que não está muito pra mim, simplesmente a pessoa dizer “eu sou negro”, “eu sou pardo”, e com isso ter direito a cotas, isto pra mim não é justo, isto pra mim não ta certo, além do mais o movimento é Cota Racial independentemente da Social, ou seja, muitos movimentos que defendem não cotas para os negros que estão na Escola Pública, e sim cota para negros independente dele estar na Escola pública ou estar na Escola Privada, então é cota para o negro rico também, que são poucos no nosso País mas existe, então se tem o negro rico e tem o branco pobre, qual é a diferença? a questão da escravidão? Isso é muito complexo, eu tenho lido sobre isso, tenho procurado, eu leio tanto os favoráveis quanto os contrários a isso, mas realmente ao contrário da questão da Cota Social que na minha cabeça está muito bem arrumada, e que eu acho que é uma questão de justiça, eu acho que é uma medida que pode melhorar o ensino médio, que pode se tornar um incentivo, a Cota para Negros na minha cabeça ainda não está arrumada. Não é uma coisa que eu possa dizer assim...(não concluiu). Se você perguntar hoje você é favorável? Eu digo não, “eu sou contrário” hoje eu sou contrário a cota para Negros na Universidade Pública, e sou favorável a políticas de ação afirmativa para aluno oriundos da Escola Pública, incluindo brancos, pardos e negros.
BlogdoPelego: Políticas Afirmativas sem reserva de vagas?
F P: Sim, sem reservas de vagas se nós chegarmos a um modelo legal, a um consenso, a um estudo que nos permita dizer como lá na UniCamp que eles tem um número muito maior de alunos oriundos de Escola Pública do que antes, se nós não chegarmos a isso eu acho que nós vamos ter que fazer cotas.
BlogdoPelego: O Senhor falou que é contra as cotas para Negros, mas existe toda uma justificativa que leva em consideração um contexto histórico, pois não houve educação para o povo Negro, e nem uma inserção sócio-educacional após a abolição, e a questão que o senhor defende as cotas sociais (para Escola Pública), existe uma crítica forte que diz que tal medida estaria assumindo uma mediocridade do Ensino Público brasileiro, então o senhor não acha que perpassa por isso, a Universidade estaria assumindo um problema do Ensino Fundamental e Médio, e retardaria a melhoria deste ensino?
F P: Mas é isso que eu estava explicando, hoje, nós estamos num nó crítico, como a gente chama no planejamento, ou seja, se nós pensarmos que só 35% dos jovens de 15 a 17 anos estão no Ensino Médio, tem um grande problema aí, certo? 35%, no Brasil nós chegamos em uma média de 48%, mas no Nordeste e no Norte nós temos uma média de 35%, significa que mais da metade dos jovens de 15 a 17 anos hoje não estão..., podem até estar na escola, mas metade estar nas séries do Ensino Fundamental e outra metade já não está na escola. Então, este é um problema muito sério, porque isso é um problema de geração, ou seja, essa geração daqui há 10 ou 15 anos vai ter uma dificuldade enorme, então isso é uma questão social realmente muito séria, que não dá pra nós esperarmos, então a política social (política afirmativa) é no sentido de nós ganharmos tempo, de antecipar. É óbvio, você pode melhorar o Ensino Médio, pode, mas você pode melhorar o Ensino Médio e fazer com que um grupo maior de jovens possam ter uma perspectiva melhor de vida num período mais curto, e não num período tão longo, então quando você associa as duas coisas, que é o que eu defendo, a minha tese é esta, eu trazendo o jovem de volta para o Ensino Médio, ele virá por uma série de Circunstâncias, uma das principais é ele ter a perspectiva de ingressar numa Universidade, ou numa Instituição de Ensino Superior, e isso vai criar pra ele uma perspectiva maior, de empregabilidade, de bem-estar, no futuro, coisa que hoje no Ensino Médio, sem ser técnico, não consegue, certo no Ensino Técnico o aluno tem maior perspectiva tanto que tem menor evasão. Como o Brasil priorizou durante um tempo o Ensino Universitário, não enfatizou a questão dos Centros Tecnológicos dos CEFET’s, enfim, do curso técnico no Ensino Médio, então nós ficamos com esse vazio aí no meio, é isso que tem que se consertar, e é possível consertar, certo no nosso caso nós temos que consertar, não e possível que tenhamos um número tão grande de alunos da Escola Privada e um número pequeno de alunos da Escola Pública.
BolgdoPelego: No ato da inscrição no vestibular em que o aluno responde a um questionário sócio-econômico, ele responde algo sobre a questão racial a UEPA tem o controle de raça ou cor dos alunos que prestam vestibular?
F P: Não, agora vai ter na UEPA, o nosso próximo questionário já vai incluir isso. Onde o aluno informa a cor é na matrícula. Eu fui buscar um dado que é interessante, em relação a cor o nosso percentual é bem acima da média brasileira, nós temos um percentual de pardos muito grande, um percentual de declarados brancos muito pequeno, e um percentual dos que se declararam negros, também, muito pequeno. Então a média da Universidade é, que tem um número muito grande de alunos que se declararam pardos, mas isso é a declaração na matrícula, no vestibular agente não tinha, agora a gente vai incluir.
BlogdoPelego: A UEPA tem o controle para saber se os alunos que abandonam a Universidade são de Escola Pública, são negros?
F P: Não, isso não. È uma boa análise a se fazer, eu acho o seguinte, se eu fosse Secretário, ou alguma coisa que tivesse mais peso, uma política seria “você quer ser professor? Sim?” Tá legal, então você ganha uma bolsa. Quem quisesse ser professor estudando na Universidade Pública, ganharia uma bolsa, não precisaria comprovar nada, só teria que concluir o curso, por que nós precisamos de professores, e nós temos que incentivar isso, as nossas maiores evasões estão nos Cursos de Licenciaturas, em alguns Curso a evasão chega a 40%. O aluno que vem pra Licenciatura normalmente é um aluno que vem de uma classe menos favorecida, e pelo meio do Curso ele precisa trabalhar e larga o Curso, e são alunos bons. Mas independente disso, o que estamos querendo é uma mobilidade social maior, e é necessário no Brasil isso, por que hoje os ricos estão muita acima das outras classes, e eles circulam entre si, por que quem é rico, o pai é dono de empresa, dono de indústria, e o filho continua rico, depois tem uma classe média lutando pra não cair, às vezes com maior poder de compra, outras não, e tem um terceiro grupo, que não tem aspiração nenhuma de chegar à classe média, então a idéia da política afirmativa é criar uma mobilidade social, fazer com que as pessoas mais pobres possam ascender socialmente.
BlogdoPelego: O Senhor falou que não há como dizer quem é negro, e o movimento negro defende a auto declaração, mas nós vemos em pesquisas que apontam que a população pobre brasileira é negra, a maior parte pelo menos, e entre os 20% mais ricos brasileiros a maioria são brancos, então entra a questão de que não dá para dizer quem é negro mais nós vivemos num País extremamente preconceituoso, e racista. Então qual a sua opinião sobre o racismo, se ele não existe no Brasil, ou se é só no momento de entrar na Universidade que não é possível definir quem é negro e quem é branco, mas na hora de discriminar, de olhar o ladrão, e dizer quem é pobre da pra definir?
F P: Olha, pra mim, não dá pra definir. Mas que existe racismo, existe. Pode ser contraditório, mas existe, a gente sabe que existe. Mas a questão é como fazer.... A UNB pega uma foto, e a pessoa passa por uma entrevista pra falar da questão social, tudo mais, isso tudo é muito complicado, muito difícil, e também eu digo, eu não sei se a questão do racismo pode ser solucionada, ou pode ser minorada, diminuída, simplesmente por questão de cotas, por que a questão da política voltada para a desigualdade racial não está só voltada para as cotas na Universidade, ela está vinculada ao trabalho, concursos públicos, então ela é bem ampla. Não posso dizer que não tem racismo, no nosso país tem racismo e tem preconceito, mas eu não me sinto seguro em dizer que no processo de seleção de uma Universidade você tem um grupo de negros, e um grupo de não-negros, eu não tenho segurança nenhuma nisso. Obrigado Professor pela entrevista.

domingo, 7 de outubro de 2007

Palestra sobre o sistema de Cotas na UFPA.

Hoje, às 15h, o Pró-Reitor de Ensino de Graduação , Licurgo Brito, esclarece sobre o sistema de cotas aprovado em 2005 e que será adotado no PSS em 2008, quando cinqüenta por cento das vagas serão destinadas a estudantes oriundos de escolas públicas e,destas, 40% (ou seja, 20% do total) serão para os afro-descendentes.

15-16h - Palestra Adoção de Cotas para o PSS da UFPA: razões e perspectivas - Prof. Dr. Licurgo Brito (pró-reitor de Ensino de Graduação) -

Local: Auditório Setorial Básico.

fonte: Imprensa UFPA

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Reafirmando opinião sobre Cotas.

A questão da reserva de vagas para negros, índios ou carentes em geral, é um debate que desperta muita atenção, e de início de conversa, todos tendem a perguntar: “mas porque cotas?”. Entrei no CEFET-PA em abril de 2001, no Curso de Licenciatura em Matemática, em 2003 fui ao 48º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), cujo tema era “Reforma Universitária”, o debate sobre cotas pouco entrou em destaque em meus círculos de debates, também naquela ocasião estava eu ingressando no movimento estudantil e no mundo de debates. Outras coisas me chamaram a atenção, entre elas, a cidade de Goiânia, mas enfim aquele congresso foi de suma importância para mim, a partir dali comecei a assumir mais responsabilidades no Diretório Central dos Estudantes do CEFET-PA, até tornar-me presidente desta entidade. Em 2005 fui para o Congresso de Entidades Gerais da UNE, junto com outras lideranças estudantis do Pará, da UFPA, da UEPA, do CESUPA e com o camarada Rodrigo Moraes, então vice-norte da UNE. Tal Congresso foi realizado em São Paulo-SP, com um frio danado que chegava a 4°C, muito vinho pra esquentar, e no meio de uma conversa informal com lideranças de Vitória-SC, Natal-RN e outras cidades, surgiu o assunto “cotas”e a opinião que expressei foi a mesma que expressava por mesas e corredores do CEFET-PA ou da UEPA: “Como vamos colocar alunos despreparados na Universidade? O ensino básico público é muito ruim, ele deve melhorar. Colocando esses alunos na Universidade vamos tender a piorá-la, e a questão de ser negro, cara! O quê isso tem haver? A minha avó era negra? Quem é negro no Brasil?” As lideranças que ali estavam nada declararam contra os meus argumentos ou indagações, apenas comigo concordaram, acho que tão imaturos quanto eu, pois nem fortalecer meus argumentos contra cotas fortaleceram. Aquele congresso foi importante, participei mais ativamente dos debates, e entre vinhos e haxixes para combater o frio, cheguei vivo a Belém. Um pouco mais maduro para me expressar sempre me coloquei contra a questão de cotas para alunos de escolas públicas, considerando que nesta análise realmente o investimento deve ser feito na educação infantil, fundamental e média. Em novembro ou dezembro de 2005 enviei um trabalho para o 5º Congresso Internacional de Educação em Havana, Cuba, para minha surpresa e felicidade o trabalho foi aprovado, pena que não tive dinheiro nem apoio para ir, o tema do congresso era algo sobre a universalização do ensino superior, o meu trabalho teve como tema Sistema de cotas: Democratização do Ensino Superior?”, e nele eu fiz sérias críticas à escola pública e aos profissionais que nela trabalham, normal, eu estava indignado, acabará de ingressar como professor em uma escola pública, e me posicionei contra cotas Sociais, o trabalho discursava somente a respeito de cotas Sociais, sem comentar cotas Raciais, não me sentia preparado para discursar contra, nem a favor. Em março de 2006 em um debate na comunidade da UJS/PARÀ no orkut, coloquei “Não discutiremos a questão das raças, pois tal argumento tem todo seu caráter histórico”, o debate foi com Rodrigo Moraes, que defendeu cotas, atual presidente da União da Juventude Socialista no Pará. Naquele momento entendia um pouco mais a questão dos negros, mas não poderia ser a favor de uma confissão de incompetência da escola pública. Um ano antes disso participei da Comissão elaboradora do Estatuto do CEFET-PA e, perguntado sobre a possibilidade de tentar incluir um tópico sobre cotas neste estatuto, disse que não tentaria por que não era a favor de tal medida, hoje luto por isso. Em frente a dados que mostram que os negros são 47% da população brasileira, e são 70% da população pobre no Brasil, apenas 20% dos universitários no Brasil são negros, no Senado nacional 98% são brancos, e outros tantos dados que mostram a desigualdade racial existente no Brasil, pior que essa desigualdade, somente o racismo e o preconceito racial que existe neste País, tais ideologias doentes como o racismo camuflado existente na população brasileira, só devem acabar quando a nossa distribuição racial nos postos de oportunidades neste país forem equilibradas, e o sistema de cotas visa acelerar esse processo de igualdade, não pode se esperar que o ensino básico melhore de uma hora para outra, e igualdade seja alcançada, junto com os investimentos na educação básica devemos agir com outras políticas afirmativas, como por exemplo o sistema de cotas, que na minha opinião, agora, não seria “ignorar nossa mediocridade”, mas sim assumir o racismo ideológico no Brasil, e tentar mudar isso, destacando-se ainda que as cotas estendam-se em parte aos brancos pobres como forma de não criar justificativas para maiores demonstrações de preconceito. Creio não ter conseguido expressar toda minha opinião nesse texto, mas aos poucos fazemos isso, e esta era uma resposta que eu estava devendo em frente as outras vezes que expressei minha opinião.
Recomendações de Leitura: A favor:
Educação como Prática da diferença (Anete Abramowicz) Editora Autores Associados 2006. Inclusão Étnica e Racial no Brasil: A questão das cotas no Ensino Superior. (José Jorge Carvalho) Attar Editorial 2006. Contra:
As cotas na universidade Pública Brasileira: Será esse o caminho? (Carlos da Fonseca Brandão) Editora Autores Associados 2005. Não somos Racistas: Uma reação aos que querem nos transformar numa nação bicolor. (Ali Kamel) Editora Nova Fronteira 2006. Livros para baixar na internet no Link: http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=30580454&tid=2539753896743704448