Existe uma história mais ou menos assim...
"Uma pessoa ficou congelada durante anos, 500 anos... em 2508 saiu e ficou espantada com o que encontrara, no lugar de carros, naves - no lugar de lanches e refeições, comprimidos - ninguém falava com ninguém, essa pessoa ficou assustada. Correu para o supermercado só viu robôs fazendo compras, correu para diversos lugares e não reconhecia nada, só se apavorava, até que entrou em uma escola, em uma sala de aula, entrou com medo do que encontraria, viu os alunos dispostos em fileiras, sentados, e o professor na frente. Parou e pensou 'aqui eu estou em casa'."
Não lembro quando, nem onde, nem de quem eu ouvi essa parábola, mas ela nos remete a uma reflexão, de que tudo parece evoluir e a escola, mais precisamente a sala de aula, está parada no tempo. Precisamos rever essa prática? Qual é a função da escola? As aulas que são comumente tradicionais são chatas ou não atraentes?
Eis o que me levou a refletir novamente sobre esse tema, um professor que dá aula nos melhores colégios e cursinhos de Belém, não sei se feliz ou infelizmente proferiu a frase em uma sala de aula cheia de professores e pedagogos "ASSISTIR AULA É MUITO CHATO", e repetiu a frase por várias vezes, ele estava dando aula num cursinho preparatório para o concurso da SEDUC-PA, e numa sala cheia de educadores, ninguém se manifestou após aquela frase, nem eu, por dois motivos não me manifestei, 1º estávamos numa sala de cursinho e não numa Universidade, 2º aquela frase me fez refletir minha prática e minha história. Aquele cara havia sido meu professor no ensino médio, fez outra graduação além da Licenciatura, também na área de educação, fez pós-graduação na mesma área, e estava ali dizendo o quanto era chato assistir aula, que os alunos ficam em sala e não sabem por que estão lá escutando o professor falar. Algumas pessoas riram em sala depois que ele falou isso, outras ficaram caladas. Consentiram?
Primeiro pessoalmente, no meu trabalho objetivo fazer o melhor para que o meu aluno entenda o que for necessário, e que sinta vontade de ascender socialmente, de aprender, que sinta também o mínimo de prazer de estar ali. Não acredito que em uma turma de ensino médio noturno, em uma escola pública, numa zona periférica os alunos que ali estão não queiram nada, não entendam por que estão ali. Agora reflito, será que os professores que estão em sala, queriam estar ali, sentem prazer em sala de aula? Porque se eles não sentem prazer em dar aula, não são os alunos que vão sentir em assistir.
Creio que Motivação e Prazer são sentimentos pares que devem ocorrer de todos os lados para serem reais. A motivação parte de maior responsabilidade do aluno e o prazer deverá partir do professor, não incumbindo a estes a inteira responsabilidade, mas a maior parte. E a motivação do aluno deve ser despertada pelo professor, o que faz a responsabilidade deste ser maior. Não vou entrar em criticas diretas pessoais à colegas de profissão, mas pouco vejo motivação e prazer em alguns professores. Cada um é responsável por sua prática. Voltando ao que disse o Professor em questão "Assistir aula é muito chato" acho que realmente falou isso por que seja um pouco de verdade na cabeça dos alunos, mas o mais importante é instigar os profissionais da educação para que revejam sua prática, talvez ele tenha errado por tocar apenas na questão do não uso de tecnologias para justificar a "chatice", e não falar na questão de motivação e prazer do professor, que creio eu, é mais fundamental. O professor tem que começar a ser questionado para se questionar e suscitar melhoras em sua prática diária.
Se o Professor, em geral, pensa que o aluno acha que “Assistir aula é muito chato” é bem provável que o aluno pense "Deve ser muito chato dar aula". (Nairo Bentes)
terça-feira, 25 de dezembro de 2007
"Assistir aula é muito chato"
Foto: Alunos em sala de aula em um sábado de manhã no município de Viseu-PA.
(by Cleber Wandenkolk, 2007)
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2 comentários:
a consideração final foi fantástica
Obrigado por intiresnuyu iformatsiyu
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