sábado, 13 de fevereiro de 2010

No vazio virtual do carnaval uma reflexão sobre a impossibilidade e neutralidade da Educação formal.

Olá caros leitores, parece realmente que este blog voltou com tudo, pelo menos por enquanto. Haha! Antes de publicar esta postagem pensei em deixa-la para amanhã, pois iria fazer duas postagens no mesmo dia, porém o que tenho a mostrar me causou ansiedade de publicar, uma inquietação, só depois de começar a escrever que percebi que hoje é dia 13, e não mais dia 12, é... coisas do carnaval. Pena que tal postagem, tão reflexiva para nós professores, acontece em pleno carnaval, ou melhor, retificando, acontece no vazio virtual do carnaval.

Coloco aqui uma citação do Livro “Educação e lutas de classes”, organizado por Paulino José Orso; et alli. Publicado em 2008 pela Editora Expressão Popular, e pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná. Atenção!! do Paraná hein!! A citação encontra-se no artigo Formação de Professores e luta de classes, de Fernando José Martins, professor da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste).

O texto me inquietou por fazer referência a um pensamento que já procuro expressar desde o início de minha prática profissional, quando percebo que ainda há na cabeça de pessoas – inclusive alguns professores – a ideia de que não há como fazer uma discussão social-reflexivo-revolucionária em sala de aula, justificando-se na prisão dos conteúdos e modelos curriculares, é o tal do currículo oculto em ação. Eis a citação:

Como articular o amplo debate social com as atividades circunscritas no âmbito da educação formal, ou mais especificamente no âmbito da atuação pedagógica de cada indivíduo? Esse mito da dualidade é o primeiro que deve ser superado. Não há atividade individual desvinculada do processo social. Isso ocorre para mascarar a possibilidade de entendimento claro da categoria coletividade, que é extremamente revolucionária. O mito por trás da dicotomia entre específico e geral, em educação, é o mesmo que dissocia educação de política, advogando que a educação é uma prática social neutra, desvinculada de processos sociais mais amplos. Em suma, a pergunta necessita ser invertida: é possível falar de trabalho educativo sem considerar os condicionantes sociais? É possível ao professor de português ensinar a língua sem considerar o sujeito que a fala, de que modo fala? Ao professor de matemática, a ciência da exatidão, ensinar divisão e não questionar a inexatidão da desigualdade social? Ou ao professor de história ensinar sobre o descobrimento do Brasil e excluir os milhões de habitantes que aqui existem? Enfim, se a ciência é neutra, porque o estrato cientifico ligado ao bem estar de uma classe minoritária ou a ciência bélica se desenvolve com maior eficiência do que as ciências humanas? (MARTINS, 2008)

Prof. Nairo Bentes

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