segunda-feira, 3 de maio de 2010

Eleições 2010, e a não-demagogia de FHC

Por Nairo Bentes

Recebi por e-mail agora um artigo do FHC, em que ele faz uma análise sobre os discursos do atual momento político eleitoral. O título do artigo é Construir sem demagogia, não vou postar ele por completo aqui, porque isso milhares de blogs já fizeram. Antes de comentar sobre o texto, cabe dizer que esse nome parece de chapa de Centro Acadêmico, Construir Sem Demagogia.

Ele começa o Texto com um belo “época de campanha eleitoral é propícia à demagogia”, no seu mais belo estilo “Esqueçam o que escrevi!” FHC desenrola um texto em que justifica as políticas adotadas desde Sarney, passando por Itamar, e chegando nele mesmo, a respeito da política do Estado mínimo, as políticas de privatização. Fala sobre o dito neoliberalismo que multiplica-se e reverbera-se nesse momento quando se faz análise de seu governo e a projeção do que seria o governo Serra. Ainda afirma que “na prática, o neoliberalismo nunca prevaleceu no Brasil”.

FHC critica a política do governo Lula, que preza pelo Estado forte, dizendo que em tal modelo “prefere-se substituir as empresas por repartições públicas”, e completa, “no lugar do empresário ou da empresa a quem se poderia responsabilizar por seus atos e erros, coloca-se a burocracia como agente principal do desenvolvimento econômico, tendo o Estado como escudo.” Parece que o único problema é a responsabilidade pelos atos, no momento de uma crise o mais fácil é não assumir a responsabilidade pelos atos. Claro! Fernando Henrique ainda lembra em seu texto que foi ele quem privatizou a Vale do Rio Doce, e parece que não se arrepende disso, defende as privatizações, e ainda tenta nos convencer de que é o melhor caminho. Com as privatizações, segundo FHC, “o que se estava buscando era tirar das costas do Tesouro o endividamento crescente de algumas dessas empresas”, ele diz também que o objetivo era “dotá-las de meios para se expandirem”. Parece uma glória para FHC dizer que as empresas privatizadas “passaram a crescer e o Tesouro a receber impostos em quantidade maior do que os dividendos recebidos quando essas empresas eram formalmente estatais”

FHC esquece que quando as estatais são privatizadas, o povo passa a pagar taxas maiores para elas, elas exploram mais o trabalhador, e por isso têm mais lucros, e pagam impostos que ficam maiores do que a antiga estatal lucrava para o Estado, mas quem paga por isso é o povo, a classe trabalhadora. Na verdade, FHC não esquece. FHC ignora. Pra quê se preocupar com o povo? Né Fernandinho?

Fernandinho ainda tenta nos ludibriar, nos manobrar politicamente, e aproveitar a aversão que alguns têm ao PT. Ele finaliza o seu texto com a seguinte interrogação “queremos um capitalismo no qual o Estado é ingerente, com uma burocracia permeada por influências partidárias e mais sujeita à corrupção, ou preferimos um capitalismo no qual o papel do Estado permanecerá básico mas valorizará a liberdade empresarial, o controle público das decisões e a capacidade de gestão?”

Não vou nem discutir o que FHC conhece sobre corrupção, deve viver em harmonia com ela pra falar com tamanha propriedade, agora, ‘liberdade empresarial’, é exploração do trabalhador. Queremos, Doutor Fernando Henrique Cardoso, o que seja melhor pro povo, pra classe trabalhadora e pro Brasil.

Prof. Nairo Bentes

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