sexta-feira, 7 de maio de 2010

A greve é política?

Hoje, 7 de maio de 2010, ocorreu um ato dos trabalhadores em Educação Pública do Estado do Pará. A greve inicia-se com muitas escolas e trabalhadores resistentes a ela. Por vários motivos. São escolas que estavam, ou estão, em reforma, e que já tiveram seus calendários comprometidos; a evasão escolar que ocorreu em algumas unidades; e os problemas que tiveram cada escola ou cada professor por conta da greve passada. Hoje encontrei no ato muitas pessoas que estudaram comigo durante a graduação, quando ainda estávamos em formação acadêmica. Foi bom ver que todos estão no serviço público, bateu uma boa lembrança da militância no movimento estudantil.

Um comentário que ouvi bastante durante essa mobilização e estado de greve, e que hoje ouvi de novo, foi a respeito da greve ser política. Hoje, na praça do operário, percebeu-se parte da categoria insatisfeita com a condução da greve, percebendo seus interesses...

Como sempre procuro estar em contato com diversos colegas que estão no dia-a-dia em diferentes escolas, sempre pergunto à quantas anda a mobilização para a greve. A última resposta que recebi foi: "Essa greve política tá meio furada, mas estamos na luta pela nossa categoria, um abraço pra ti."

Eu não discordo de que a 'greve é política', e nem que ela 'tá meio furada'. Mas acredito que há decisões chaves sendo tomadas por nós, e temos que envolver a base da categoria nela. Ao meu amigo que falou da "greve furada" respondi com um texto, que transcrevo pra vocês abaixo.

Pois é Camarada a greve é política sim, aliás toda greve é. Só que esta atende aos interesses políticos de uma força política (APS) e não de uma categoria. Porém, hoje foi protocolado na ALEPA a proposta de PCCR do Governo, e tal proposta têm pontos que são muito ruins a longo prazo. Por exemplo, amarra a possibilidade de progressão funcional à autorização expressa da SEPOF mediante disponibilidade orçamentária para este fim. Se há dificuldades de negociar agora, o que dirá se um dia voltar o tucanato, seria muito fácil dizer que não tem dinheiro. A tal da avaliação de desempenho, atrelada à possibilidade de gratificação por progressão funcional, também futuramente inibirá as greves e mobilizações da categoria. Outro ponto mais importante dentro do PCCR é o ponto que aumentaria de 20% para 1/3 o percentual de hora-atividade, o planejamento pedagógico. A lei do piso salarial expressa 1/3, e o governo não progride nessa direção.

Então companheiro, a greve é para atender aos interesses de uma força política sim! Dado que nossas assembleias e atos estão servindo de palanque para políticos que entraram pela janela no senado federal, e agora buscam se propagandear no seio da categoria, em busca de uma cadeira na ALEPA.

A greve é política, mas muita coisa está em jogo, é o momento de promover o debate na categoria, muita gente percebe a real intenção da greve, só que não há um que exponha isso a público e o momento de fazer isso vai chegar. Temos que lutar sim! Repito, muita coisa está em jogo! A batalha agora é na ALEPA, com os deputados, e não é por que tem quem se diz trotskysta querendo fazer palanque, que vamos perder a oportunidade de conseguir vitórias pra categoria.

Um abraço!

Prof. Nairo Bentes

da Direção Estadual da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil/Pará

6 comentários:

Nairo Bentes; disse...

2443

Anônimo disse...

Afinal de contas os servidores de nivel médio e fundamental devem também entrar em greve?

Isso não está claro na cabeça de muitos servidores...Já que o "terrorismo" que a Direção das escolas fazem é tamanho...Principalmente para aqueles funcionários que estão em estágio probatório!!

Já debati muito na minha escola pra entrarmos todos de greve também...mas o medo impera por lá!

Gostaria tb de sugerir que o sintepp estivesse de alguma forma mais presente nas escolas para informar sobre as reinvidicações e fazer uma conscientização política.

Nairo Bentes; disse...

Sim caro anônimo, o ideal seria que todos entrassem em greve quando a categoria entrar... porém isso acho que nunca aconteceu, a luta esse ano é muito por esses servidores de apoio também, a participação deles seria importante, mas muitos deles são temporários....

Se você se identificasse, e a escola também ficaria mais fácil de entrar em contato com alguém do Sintepp pra passar na sua escola, eu tbm me disponho a passar...

até mais

JUVENTUDE DO CAMPO E DA CIDADE disse...

Por que esse mesmo Sintepp que já faz a 3° Greve no estado a inda não fez nem uma em Ananindeua que o Prefeito Helder Barbalho Cortou por 3 meses o vale-alimentação.

pelo jeito essa greve é política.

Anônimo disse...

2443????? Bolsa Partido!!!!????
PQ dando aula é muito mais, a não ser que tenhas pouca carga horária, pra sobrar tempo pra beber... opa, quer dizer, militar!!

Nairo Bentes; disse...

haha
cada comentário...
2443 era o número de visitas que tinha o blog no momento em que postado este texto.

um abraço!