quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Debates Políticos e algumas coisas que alguns só dizem em mesa de bar...

Textos muito longos são mais difíceis das pessoas lerem em blogs. Textos muito curtos não conseguiriam expressar todas as definições e interpretações que o atual momento impulsiona. A intenção não é passar uma ideia vaga e tampouco escrever algo que ninguém leia e não sirva de nada.

O texto “Alguém aí vota no 45?” gerou até hoje 10 comentários neste blog, 3 cliks em reações, muito bom e instigante, e mais de 50 comentários no Orkut. Ao todo mais de 65 manifestações. Teve até tucano dizendo que a forma de governar do PSDB vem se aproximando da do PT. O que é na verdade mais uma das estratégias direitistas de dizer que o pós-Lula independe de se discutir qual o melhor projeto político para o país. Até para o cristianismo estão apelando. Valha-lhe deus!

Quando se fala de Estado forte, não se questiona apenas o perfil privatista dos tucanos. Mas as próprias responsabilidades que o Estado possa ter daqui pra frente. Por exemplo quantas universidades públicas foram criadas na era PSDB/FHC? E no Governo Lula? As próprias responsabilidades fiscais que estão sendo criadas; o investimento do Pré-sal por exemplo, é preciso garantir que seja feito pelo Estado brasileiro.

E o argumento da vez é agora justificar as privatizações pela experiência da telefonia fixa no país. Não acho que a telefonia esteja uma merda, hoje realmente uma mãe de três filhos, trabalhadora, pode se dar ao luxo de ter mais de um celular e dar celulares a seus 3 filhos também.

Todavia, também não podemos justificar privatizações de bancos estatais, Vale do Rio Doce e empresas de energia elétrica dizendo que hoje é mais fácil adquirir um telefone fixo ou móvel.

Outro ponto que suscitou nesse debate foi: “A Dilma não tem história política no país”. E, pior, seguido de um “Serra 45!!!”. Desde o início do debate eleitoral os tucanos-democratas vem tentando fazer parecer que a disputa eleitoral presidencial se dá entre uma pessoa mais experiente e outra inexperiente, uma pessoa que se preparou “a vida toda pra ser presidente do Brasil” e outra que foi empurrada “goela à baixo” pelo presidente Lula.

O povo brasileiro sabe que o que está em disputa esse ano são dois projetos diferentes, um que governou o país de 95 a 2002, num período em que ouvíamos fortes rumores de que até as Universidades Federais seriam privatizadas, e outro que governou o país a partir de 2003, quando começou-se um período de grandes transformações. A universidade que antes seria privatizada, cresceu, dobrou, triplicou. O Brasil passou a se relacionar mais com países latino-americanos, e não somente com o EUA. O Brasil não tem mais um governo somente para os ricos, mas também para a classe média, e também para os pobres.

Agora aparece o Senhor Serra, dizendo que tem experiência e vai continuar as transformações que Lula começou, que a esquerda começou. A forma tucana de governar é outra! É com o Estado mínimo e os pobres fudidos!

Perdoe a palavra, mas é que os caras querem abusar. Mentirosos. Filhos da puta! Quem vai continuar as transformações, e melhorar ainda mais a vida do povo, é quem começou a fazê-lo. Por isso voto 13. Por isso voto Dilma!

Ainda temos aqui no Pará a questão governamental, e como destacado no título, “existem coisas que alguns só dizem em mesa de bar”, mas vou colocar aqui. O governo Ana Júlia realmente não foi um governo bom. É, foi ruim mesmo. Já disse isso antes. Foi um governo com limitações. Muitas limitações. Inclusive com alianças vacilantes.

A situação é que – e agora não há com negar – existem dois caminhos. A volta do governo tucano, que digo ao meu amigo paraense nato, Adriano, foi bem pior, professores e servidores públicos estaduais acumulando perdas históricas, com o Jatene inclusive contratando professores substitutos, recebendo diárias, para furar a greve da nossa categoria.

O mesmo Jatene que hoje tem como principal proposta para os trabalhadores, implantar uma política de mérito, na qual em São Paulo, onde quem governa é o PSDB/Serra, há 16 anos os trabalhadores estão sem aumento, com seus salários congelados e 10% apenas recebe gratificações de desempenho em seu contracheque, pros outros não tem verba, “são uns vagabundos”, é isso que o Jatene quer implantar aqui.

A outra opção é o governo Ana Júlia, que cometeu um grande erro ao agir com repressão contra nossa categoria, sim. Mas foi quando também tivemos maiores possibilidades de diálogo, e quando a nossa luta pelo PCCR vigorou, quanta luta! É o lado que tem as melhores propostas para os trabalhadores, Educação e saúde. Sim. É.

Não culpo os “eleitores despolitizados” por uma provável vitória de Jatene. Tenho certeza que todos nós temos que nos colocar como seres políticos, responsáveis. E não apenas observadores. Apesar de alguns intitularem o governo Ana Júlia de péssimo. E outros taxarem Jatene de ladrão, filho da puta e privatista. Temos em vista, sim, dois projetos distintos para escolher. E o melhor caminho não é o da abstenção. A abstenção sim pode ser culpada de um privatista ganhar, e se ganhar, pior pro povo e pros trabalhadores. Eu também voto 13 pro Governo do Pará. Voto Ana. Voto 13.

Um abraço!

Prof. Nairo Bentes

7 comentários:

Cássio Belizário disse...

Sempre me surpreendo como meu pensamento é muito parecido com o do companheiro de muitos movimentos, Sr. Nairo Bentes. Mas não satisfeito em termos uma linha crítica sempre semelhante desde a época de universitários, tenho que saudavelmente discordar com algumas coisas que serão postadas mais para frente.
De fato vejo que votar no “45” é retroceder para uma era de medo com as privatizações, privatizações sempre feitas as escuras e sem participação social em determinar sua validação como deve de fato acontecer em democracias plenas de direitos.
Vejo duas linhas muito distintas ao ver o PT para Presidência e para Governo Estadual. De fato a política nacional implantada pelo Partido dos Trabalhadores de longe foi superior a tudo que o FHC fez, ou melhor, não fez a sociedade brasileira para garantir o que é de fundamental (educação, saúde, lazer, trabalho, ...).
Vivemos o apogeu de uma economia nacional equilibrada, com as universidades surgindo no norte e vindo de fato com recursos para se manterem com programas de investimentos no acadêmico desde sua graduação até a sua pós graduação (programas de bolsas para mestrado e doutorado na região norte). Muitas outras coisas foram feitas pelo Governo Lula. Também voto 13 para presidente.
No entanto nunca vi um governo estadual tão ruim em toda a minha existência (25 anos). Não duvido que os governos ditatoriais tenham sido piores, mas o que vejo de nosso atual governo não dá para aturar mais 4 anos.
Também não voto no 45 para governo estadual e entendo que não podemos ficar no marasmo de dizer na mesa do bar: "vou voltar no menos pior". Faço valer meu direito de não escolher algo menos pior, vou me movimentar e parar de aceitar, com tanta inércia, as porcarias que querem nos empurrar a governo estadual. Convido a todos torná-los inelegíveis com atitude. Vote nulo você também e espalhe essa corrente.
Bom, no fim tive que discordar da opinião do amigo Nairo.
Boas eleições a todos.

Carlos Egidio disse...

Excelente post, meu amigo. Comentários bastante oportunos.
Como te disse anteriormente, ñ gostaria de entrar no mérito do debate político público, até pq ele nos permite conclusões variadas, divergentes e, em muitos casos, antagônicas.
Mas gostei de sua última postagem. Como vc sabe, sou totalmente a favor de sua postura anti-tucana e completamente contrário à sua exaltação petista (leia-se, em especial ao atual governo paraense).
É uma pena ñ possuirmos uma 3ª via, uma vez que chegamos no estágio de ter de escolher o menos pior.
Porém, como dito alhures, são visões divergentes e ñ pretendo torná-las campos de batalhas ideológicas.
Mas admiro muito sua postura de defesa a um governo q, apesar de muitas grandes conquistas, deixou bastante a desejar em vários âmbitos (éticos principalmente).
Abrçs do seu brother de sempre (ou pode me chamar de camarada, caso vc repugne a "americanização linguística"... rsrsrs), Carlos Egidio!!!

Nairo Bentes; disse...

De vez em quando recebo visitas e comentários ilustres aqui, e considero as de Cássio e a de Carlos tais como.

Acredito que, como Carlos disse, pena que não existe uma 3ª via. Logo, o voto nulo, é apenas uma abstenção de responsabilidade, e pode levar sim, ao pior caminho, que ninguem tem dúvida de qual é.

POr fim, não há em mim uma exaltação petista, mas a segurança de me posicionar, sempre analisando a pós-conjuntura. E o desenvolvimento da sociedade quer quais caminho adote.

Um abraço!
Nairo Bentes

Bruno disse...

É meus camaradas, realmente votar no 45 é retroceder as masmorras que aprisionavam pobres sujeitos históricos sem direitos e participação, em detrimento de uma elite pequena, porém tão dominante e que se reflete atualmente em um país de uma imensa grandeza geográfica, cultural, social e identitária como o Brasil.
Votar no 45 é lembrar os tempos de uma história greco-romana de patrícios e eupátridas ferrando pobres plebeus e numerosos escravos.
Votar no 45 é defender e perpetuar "novos senhores feudais", que usufruem não só de terras, mas de todas as benesses (concentração de capital, de regalias, de produção...), frente a uma sociedade tão desigual como a nossa.
Votar no 45 é dar margem a abutres e bestiais, ávidos a retomar o poder, antes tirado deles pela escolha do povo.
O que vimos são acusações tão infundáveis e descabíveis, que lembra um verdadeiro tribunal inquisidor, onde as acusações valem mais pelo uso do disse me disse, do que de fato se apurar e buscar a bendita verdade.
Votar no 45 não só é um golpe a democracia de fato, como uma ameaça as políticas públicas afirmativas e consistentes, que tira da margem da exclusão uma grande massa social, que forma, segura e sustenta essa terra Brasilis.
Votar no 45 é lembrar a venda de nossas riquezas (Vale do Rio Doce, hoje uma verdadeira mina de lucro e exploração) e de nossa Amazônia, pois o interesse capital não vê limites nem na essência da sobrevivência humana que se chama ecossistema.
Votar no 45 é pensar e repensar a história, pois nada melhor do que ela pra dizer o quanto o 45 veio se transformando e se estruturando ao longo do tempo, com novas formas de domínio, discurso apaziguador e de um caráter desbravador, não de desenvolvimento social, mas de interesses em perpetuar sua real intenção: governar e dominar.
Governar para usufruto próprio e dominar mentes e massa, para aí sim, realizar um verdadeiro pão de circo, que apesar de não ser mais romano, é muito bem aplicável em situações onde a Casa Grande e Senzala ainda permeiam as relações econômicas, sociais, políticas e culturais de um Brasil brasileiro .
Só lembrando mais uma vez: votar no 45 é aceitar a condição de um Estado burguês, cujo o Capital é o seu pai, onde seus filhotes são? Adivinhem?... Os donos do 45.
Já dizia um palhaço popular e famoso, que foi referendado com mais de 1,3 milhões de votos (um recorde): “Pior do que tá não fica”.
Será que Aristides da Silveira Lobo (1838-1896) que foi um nato jurista, político, jornalista republicano convicto e abolicionista brasileiro no tempo do Império, fará valer a sua celebre frase: “O povo assistiu àquilo bestializado, atônito, surpreso, sem conhecer o que significava”.
Corremos esse sério risco, se mais uma vez nos bestializarmos e ignorarmos o significado do 45 em nossa vida e no futuro da nação.
Acorda Brasil, mostra a tua cara!

Bruno Abdul Massih

Bruno disse...

É meus camaradas, realmente votar no 45 é retroceder as masmorras que aprisionavam pobres sujeitos históricos sem direitos e participação, em detrimento de uma elite pequena, porém tão dominante e que se reflete atualmente em um país de uma imensa grandeza geográfica, cultural, social e identitária como o Brasil.
Votar no 45 é lembrar os tempos de uma história greco-romana de patrícios e eupátridas ferrando pobres plebeus e numerosos escravos.
Votar no 45 é defender e perpetuar "novos senhores feudais", que usufruem não só de terras, mas de todas as benesses (concentração de capital, de regalias, de produção...), frente a uma sociedade tão desigual como a nossa.
Votar no 45 é dar margem a abutres e bestiais, ávidos a retomar o poder, antes tirado deles pela escolha do povo.
O que vimos são acusações tão infundáveis e descabíveis, que lembra um verdadeiro tribunal inquisidor, onde as acusações valem mais pelo uso do disse me disse, do que de fato se apurar e buscar a bendita verdade.
Votar no 45 não só é um golpe a democracia de fato, como uma ameaça as políticas públicas afirmativas e consistentes, que tira da margem da exclusão uma grande massa social, que forma, segura e sustenta essa terra Brasilis.
Votar no 45 é lembrar a venda de nossas riquezas (Vale do Rio Doce, hoje uma verdadeira mina de lucro e exploração) e de nossa Amazônia, pois o interesse capital não vê limites nem na essência da sobrevivência humana que se chama ecossistema.
Votar no 45 é pensar e repensar a história, pois nada melhor do que ela pra dizer o quanto o 45 veio se transformando e se estruturando ao longo do tempo, com novas formas de domínio, discurso apaziguador e de um caráter desbravador, não de desenvolvimento social, mas de interesses em perpetuar sua real intenção: governar e dominar.
Governar para usufruto próprio e dominar mentes e massa, para aí sim, realizar um verdadeiro pão de circo, que apesar de não ser mais romano, é muito bem aplicável em situações onde a Casa Grande e Senzala ainda permeiam as relações econômicas, sociais, políticas e culturais de um Brasil brasileiro .
Só lembrando mais uma vez: votar no 45 é aceitar a condição de um Estado burguês, cujo o Capital é o seu pai, onde seus filhotes são? Adivinhem?... Os donos do 45.
Já dizia um palhaço popular e famoso, que foi referendado com mais de 1,3 milhões de votos (um recorde): “Pior do que tá não fica”.
Será que Aristides da Silveira Lobo (1838-1896) que foi um nato jurista, político, jornalista republicano convicto e abolicionista brasileiro no tempo do Império, fará valer a sua celebre frase: “O povo assistiu àquilo bestializado, atônito, surpreso, sem conhecer o que significava”.
Corremos esse sério risco, se mais uma vez nos bestializarmos e ignorarmos o significado do 45 em nossa vida e no futuro da nação.
Acorda Brasil, mostra a tua cara!

Bruno Abdul Massih

Marcelo Sarraf. disse...

resumindo: filho da puta é filho da puto. Ponto. Vote 13!!! hehehe
COM O NAIRO É NO POPULAR.

madipo disse...

Nairo meu amigo, gostaria de saber a posição do PCdoB quanto a política de privatização do governo do PT, como por exemplo, mais de 2000 Km de rodovias federais privatizadas e as hidrelétricas de Santo Antonio e jirau.

Abraços!