quinta-feira, 9 de junho de 2016

Dois anos...



Tenho uma agenda, que às vezes lembro que ela existe e escrevo lá, às vezes a esqueço e ela fica com algumas páginas  em branco. Ontem participei de um seminário na UEPA e lembrei de pegá-la para fazer anotações, no dia 08, quando olho para a folha ao lado, dia 9, estava escrito um lembrete: “Completando dois anos de Funbosque”, e foi uma surpresa ver isto, pois não lembrava de ter escrito tal lembrete, e não lembraria da data se não fosse o mesmo. Não costumo fazer lembretes de datas na minha agenda, mas dessa vez foi válido, pois tamanha é a correria do dia a dia, que eu esqueceria, feliz também foi a coincidência de abrir a agenda dia 08, oportunizando a lembrança de data.
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Muitos aprendizados nesses dois anos, tanto profissionais, quanto pessoais, conhecendo pessoas confiáveis e outras deploráveis.
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Vou contar uma história aqui, mas que não é referente a esses dois anos propriamente, mas, tais dois anos não aconteceriam se não fosse tal fato que vou lhes contar.
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Antes do concurso da Funbosque, que ocorrera de 2012 para 2013, fiz o concurso da SEMEC/2012, que foi similar. Fiz uma excelente prova na SEMEC, acertando 84% da prova objetiva, e uma prova dissertativa que provavelmente se aproximara dos 100%. Porém, o edital limitara o número de candidatos que teriam a prova escrita corrigida, só os dez primeiros na prova objetiva, os demais estariam eliminados, e assim, fui eliminado.
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Depois veio o concurso na Funbosque, no início de 2013, os mesmos critérios. Fiz uma prova objetiva que não me animara nem a estimar qual seria a minha pontuação na discursiva, com apenas 62% da prova objetiva, esqueci do concurso em fevereiro mesmo.
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Ora, pensei, se na SEMEC eu fora eliminado com 84% na objetiva, na Funbosque não faria nem ferida, e aceitei.
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E depois de fevereiro, tanta coisa aconteceu...
Em março, meu filho Pedro nasceu...
Em abril minha mãe faleceu...
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Eles se viram uma vez na vida, no final de março, nesse dia o sorriso da minha mãe e a minha felicidade eram indescritíveis, inenarráveis. Também foi o dia em que a minha mãe conhecera minha casa, a primeira ela não pode ir, pois tinha escadas. Esse dia foi um só, mas foi eterno, é eterno, acontece ainda hoje quando lágrimas me vêm aos olhos quando disserto esse dia.
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O tempo passou depois da prova...

Fevereiro...

Março...

Abril...

Maio...
Todas as emoções de proporcionar o nascimento de uma vida e se dar com ausência física de outra, somadas com o desempenho não satisfatório na prova objetiva, me fizeram esquecer do concurso por um tempo suficiente para o mesmo se esgotar.
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Em maio, certo dia, cuidando de Pedro, brincando com Pedro, e pensando na vida, me veio uma curiosidade na cabeça:
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“Quem será que passou na Funbosque? Será que foi algum amigo meu? Vou entrar no site pra ver quem foi.”
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Eu nunca olhara nada deste concurso desde a publicação do gabarito preliminar, e em meados de maio já imaginara que o concurso havia acabado.
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Parece que alguém soprou ao meu ouvido: “Vai lá ver quem passou! Vai lá! Vê agora!”
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Quando abri o site da realizadora do concurso, uma surpresa, ele ainda não acabara. E naquela data – acho que 17 de maio – convocação para a prova de títulos, e entre os convocados para entregar os títulos (apenas 8), meu nome. Conferi as notas e eu estava em segundo lugar, somando objetiva e dissertativa. Dia seguinte, fim do prazo, levei meus títulos, uma vaga, e aqui estamos.
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Enfim, o concurso demorara em virtude de alguns recursos e imprevistos.
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Por fim, dois anos de muita luta, trabalho e dedicação, aproveitando o que há de bom e aprendendo com o que possa parecer ruim.
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E pra finalizar, já que veio a lembrança:
“Mãe não morre nunca, mãe ficará pra sempre junto de seu filho e ele, velho embora, será pequenino feito grão de milho." (Drumond)
Obrigado.
Bom dia...
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E pra tornar esta data ainda mais significativa, dia 09 de junho de 2016, amanheço aqui, no ambiente da Casa-Escola da Pesca, em Caratateua, aprendendo a cada dia com quem do campo é, e com quem no campo vive, no campo trabalha, do campo sobrevive, no campo brinca e do campo cresce, no campo respira e do campo amadurece.
Obrigado novamente!
Bom final de semana!
Prof. Nairo Bentes

4 comentários:

Unknown disse...

Lindo texto, maninho. Me emocionei com as partes em que você fala da mamãe e do belíssimo sorriso dela. Você é um homem muito sensível, amoroso e respeitador.
Parabéns pela sua caminhada profissional de sucesso. Gostaria muito de saber mais sobre a Funbosque.
Desejo-lhe muitas realizações!

Ricardo Torres disse...

Parabéns por estar junto a nós na poesia dessas lutas, amigo. Grande abraço.

Nairo Bentes; disse...

Obrigado, Laís!

Nairo Bentes; disse...

Valeu, Ricardo! Obrigado pela leitura!